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Rodovia eletrificada Siemens funciona assim

por Paulo Fernandes Maciel

É assim funciona a moderna rodovia eletrificada da Alemanha.

Caminhões híbridos, Eletricidade e Diesel (foto Siemens)

Alemanha estreia trecho rodoviário com linha elétrica que fornece energia a caminhões híbridos.
A partir desta semana, a Alemanha conta com um trecho de rodovia eletrificada para trânsito de eTrucks:

Dez quilômetros da Autobahn na passagem pelo Estado de Hesse, região central do país;

Onde foi instalado um sistema de condutores elétricos aéreos, as catenárias, parecido ao utilizado por trens para obter energia.

Mas, neste caso, o sistema alimenta caminhões híbridos .

 

Estes caminhões têm dois meios de propulsão:

Um motor a diesel convencional e um motor elétrico eTrucks.

Diferentemente de outros veículos híbridos, o motor de combustão não fornece energia ao motor elétrico.

Em vez disso, os caminhões híbridos desenvolvidos pela Scania contam com pantógrafos instalados no teto, como nos trólebus;

Que se levantam para fazer contato com a catenária da qual os veículos obtêm a eletricidade.

A mesma conexão através do pantógrafo serve para devolver à rede elétrica o excesso de eletricidade —por exemplo;

A que se produz quando o caminhão freia ou quando se reduz a marcha.

 
O sistema não é muito diferente do utilizado por trólebus anos atrás.
Para mudar o modo de funcionamento do caminhão;

Passar do motor a diesel para o motor elétrico—, o motorista não tem de fazer muita coisa:

O pantógrafo “inteligente” se ativa automaticamente quando chega a um trecho de estrada eletrificado, desde que veículo circule com velocidade máxima de 90 km/h, e se desconecta e se recolhe de novo quando o caminhão está a ponto de sair desse trecho.

O motor a diesel começa, então, a funcionar.

Embora o sistema não seja muito distinto do utilizado pelos trólebus, existe uma diferença importante: Ao contrário dos trólebus;

Os caminhões híbridos podem circular fora das linhas elétricas de forma convencional, utilizando o motor a diesel.
A Siemens começou a desenvolver o sistema eHighway em 2012;

Primeiro em um trecho “privado” de estrada, usado para testes, com 1,5 quilômetro de extensão.

Neste trecho foram realizados testes que somaram milhares de quilômetros.

Desde o ano passado, os testes estão sendo feitos em vias públicas, com tráfego real.

Antes de ser instalado neste trecho de rodovia inaugurado alguns dias atrás na Alemanha;

O mesmo sistema já funciona desde o último ano na Suécia, em um trecho de dois quilômetros na autoestrada E16.

A Suécia financiou parcialmente o projeto para avaliar soluções que a ajudem a alcançar seu objetivo: Abandonar os combustíveis fósseis no setor de transportes antes de 2030.

 
Vantagens e desvantagens das rodovias eletrificadas
Uma das vantagens do sistema eHighway é que ele pode ser instalado em estradas convencionais sem que seja um obstáculo para os demais veículos, nem mesmo para outros caminhões.

 

Os outros veículos e caminhões não eletrificados podem continuar utilizando todas as faixas normalmente.

Segundo a Siemens, também não são necessárias grandes mudanças na legislação atual.
As rodovias eletrificadas custam 2 milhões de euros por quilômetro
Entretanto, sua instalação requer trechos livres verticalmente, estabelecendo uma limitação de altura nas vias eletrificadas.

Seu custo, que fica em torno de 2 milhões de euros (7,4 milhões de reais) por quilômetro;

Também é uma limitação quanto a quais trechos têm condições de ser eletrificados.

Os primeiros trechos candidatos à eletrificação seriam aqueles com grande movimento de caminhões de mercadorias que não têm a opção do transporte ferroviário.
Para usar as eHighways, os caminhões devem estar adaptados e contar com propulsão elétrica e pantógrafo.

A potência elétrica fornecida pelo sistema é capaz de mover caminhões de 40 e de 60 toneladas;

Com o dobro de eficiência em relação aos caminhões convencionais;

Mais de 80% de eficiência (a relação entre a energia consumida e a energia realmente aproveitada), segundo a Siemens.

Isso se traduz em uma importante redução no consumo de combustível e nas emissões locais de dióxido de carbono:

Até 6 milhões de toneladas de CO2 a menos por ano caso sejam eletrificados 30% dos caminhões de mercadorias que circulam pelas rodovias alemãs.

 
Também em núcleos urbanos
As cidades de Hamburgo (Alemanha) e St. Moritz (Suíça) dispõem de um sistema parecido ao das eHighways, mas adaptado ao transporte urbano de pessoas.

Este sistema, desenvolvido também pela Siemens;

Fornece eletricidade aos ônibus de linha durante as paradas, com a diferença de que, nesse caso;

O pantógrafo não está instalado no ônibus elétrico (ou eBus), e sim na parada.

Assim, enquanto o ônibus elétrico espera que os passageiros subam e desçam;

O pantógrafo se abaixa e fornece a eletricidade, que se armazena nas baterias do veículo.
Embora a recarga demore apenas uns poucos minutos, a eletricidade fornecida, com uma potência de 450 kW;

É suficiente para que o ônibus elétrico chegue até a parada seguinte.

Em comparação, as tomadas de carga rápida para os carros elétricos proporcionam entre 10 e 20 kW.
Com esse sistema, atualmente a linha 109 de Hamburgo percorre sete quilômetros utilizando apenas energia elétrica;

Sem emissões de partículas nem de gases poluentes e sem acrescentar contaminação acústica ao ambiente urbano.

Fonte: https://brasil.elpais.com

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