No Brasil, cerca de 1,35 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência de acidentes no trânsito, ou seja, cerca de 3.700 pessoas morrendo nas vias todos os dias, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2019). Além disso, 20 a 50 milhões de pessoas sofrem lesões não fatais, muitas delas resultando em incapacidade e gerando um grande impacto social, que além de tudo acarreta danos à economia, custando ao país 4,9% do PIB. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o uso da tecnologia, como o Big Data, possibilita extração de dados em tempo real por meio de algoritmos inteligentes, tornando possível a otimização do trabalho da Polícia Rodoviária Federal e mais segurança nas vias. O órgão observou que houve uma queda de 30% no número de mortes nas rodovias federais, em 2020, a partir da adoção de equipamentos tecnológicos.
O armazenamento e o processamento de grandes volumes de dados, sobre veículos no Brasil, vêm permitindo a redução de fraudes, maior segurança quanto ao transporte de cargas perigosas e maior nível de assertividade na tomada de decisão por parte dos agentes públicos, responsáveis por regular as atividades de exploração da infraestrutura rodoviária federal, afirma Eduardo de Godoi Rezende, engenheiro de dados e especialista no ecossistema Hadoop (Big Data).
“Estes são apenas alguns dos muitos ganhos viabilizados pela tecnologia do Big Data que, no caso da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), vem possibilitando, por meio do Centro Nacional de Supervisão Operacional (CNSO), a captura de dados simultâneos e em tempo real de todas as concessionárias do Brasil”, declara Eduardo.
A complexa engenharia de dados, diz o profissional de TI, suportada por tecnologias como Hadoop, Spark, HBase, Kafka e IBM APPConect, permite a captura de dados em diferentes formatos. Ela é viabilizada por sensores e câmeras, os quais os algoritmos possibilitam a leitura das placas de veículos que são convertidos em dados no sistema. Rezende também acrescenta que o grande volume de dados é armazenado e posteriormente tratado por Map Reduce com machine learning, que somente após o procedimento são enviados para as áreas de controle e fiscalização da ANTT.
O Brasil ocupa o terceiro lugar dentre os países com o maior índice de acidentes de trânsito, segundo o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – (IPEA, 2020). Os dados apontam que o país perde cerca de R$ 50 bilhões por ano decorrente a custos relacionado à perda de produção das vítimas e também custos hospitalares.
A Organização das Nações Unidas, diante do problema, destaca que salvar vidas melhorando a segurança no trânsito é um dos vários objetivos da Agenda 2030, para o Desenvolvimento Sustentável. Durante a terceira Conferência Global da ONU sobre Segurança no Trânsito, realizada em Estocolmo, definiu os anos de 2021 a 2030 como a Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito.
Conforme o especialista, desde a criação do CNSO, foram desenvolvidos 9 serviços para o recebimento de dados em alta volumetria originários do tráfego, realizado em 22 concessões rodoviárias federais. A disponibilidade dos dados no ambiente da Agência Nacional de Transporte Terrestre viabiliza a aplicação de uma gestão contratual objetiva, reforçada e orientada na melhoria do cumprimento de obrigações contratuais na prestação de serviços aos cidadãos brasileiros.
O engenheiro de dados também observa que o projeto do Centro Nacional de Supervisão Operacional tem levado transparência e informações estratégicas aos órgãos de controle da Administração Pública Federal e a outros órgãos, como: Ministério da Infraestrutura, VALEC, DNIT e outros. Permitindo que qualquer brasileiro tenha acesso a um conjunto de dados sobre as rodovias via portal da ANTT.
“As informações geradas no ambiente do CNSO têm possibilitado ganho de produtividade da Superintendência de Rodovias, ao proporcionar a redução de acidentes em rodovias, execução de obras e redução das tarifas de pedágio”, conclui Eduardo Rezende, com experiência em desenho de arquitetura e implementação do Sistema SIR de grande escala, volume e com um nível de throughput alto para novos sistemas na Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT.
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