Cerca de 60% dos pacientes com câncer em algum momento do tratamento irão precisar receber radioterapia, segundo dados da Associação Americana de Radio-Oncologia. Essa modalidade de tratamento sofreu enormes avanços nas últimas duas décadas, se tornando muito mais precisa e segura, porém o acesso às tecnologias mais recentes é bastante limitado em países como o Brasil.
Esse tipo de tratamento passa a ser disponibilizado na cidade de Campina Grande, através da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), que agora oferece as mais modernas técnicas de radioterapia da atualidade, a IMRT (do inglês, radioterapia de intensidade modulada) e a IGRT (radioterapia guiada por imagem), graças a investimentos realizados na atualização de equipamentos e capacitação da equipe do seu Centro de Radioterapia.
“Essas tecnologias garantem um tratamento mais eficaz, rápido e o mais importante, com até 50% menos efeitos colaterais em alguns casos”, explica Dr. José Régis Neto, especialista da Sociedade Brasileira de Radioterapia e um dos médicos Radio-Oncologistas à frente da implementação e uso dessas novas tecnologias.
“Os tratamentos costumam durar até 30 dias úteis e muitos pacientes, em busca de opções mais modernas, praticamente se mudavam para as grandes capitais do país. Agora eles podem receber tratamentos de ponta no conforto de suas casas e ao lado da família, algo que não tem preço durante o delicado processo oncológico”, comentou José Régis.
A tecnologia IGRT, que utiliza um dispositivo acoplado ao aparelho de radioterapia para a realização de imagens em tempo real para guiar o tratamento já está em uso desde o início do mês.“ Nós conseguimos realizar imagens ao vivo, ou seja, antes, durante e após a aplicação da radiação, para confirmar que o paciente e o aparelho estão na exata posição do tratamento. Se eu detecto que o paciente está 1 mm fora da posição, é possível corrigir isso de fora da sala de tratamento, graças à mesa robótica de alta precisão”, explicou o médico.
Essas técnicas mais eficazes e com menos efeitos colaterais são amplamente usadas no câncer de próstata, câncer de cabeça e pescoço, câncer de pulmão, tumores cerebrais e em câncer gastrointestinal, uma vez que esses tumores situam-se perto de órgãos e tecidos críticos do corpo. Também são bastante usado para tratar linfoma, sarcoma, cânceres ginecológicos e alguns cânceres pediátricos.
Para os pacientes com câncer de próstata, a radioterapia é um dos tratamentos mais importantes. Dados da Sociedade Brasileira de Radioterapia mostram que até 90% dos pacientes irão precisar desse tratamento em algum momento do manejo oncológico. “Essas novas tecnologias beneficiarão muito os pacientes de próstata, pois vão garantir tratamentos mais eficazes e com até 30-50% menos efeitos colaterais, a depender do caso, o que é um grande diferencial para a melhora da qualidade de vida durante e após o tratamento”, concluiu José Régis.
De acordo com a direção da Fundação, as tecnologias já estão completamente instaladas e calibradas e devem estar 100% disponíveis para a população de Campina Grande e do estado da Paraíba até o final de 2021. “Todo o processo de maquinário e calibração está concluído e a equipe vem passando por capacitações. Ficamos muito felizes em inaugurar essa nova era da radioterapia em Campina Grande e levar tecnologia e tratamento de ponta a toda a população do estado”, comentou Derlópidas Neves, presidente da fundação.
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