O forte impacto na educação pública proporcionado pela pandemia de Covid-19, que fez com que escolas de todo o país tivessem que adotar, sem nenhum planejamento prévio, o Ensino à Distância, tem evidenciado, no que tange à questão da conectividade, a falta de estrutura de pequenas cidades, bem como a enorme desigualdade social que assola o interior do Brasil. Com avanços e recuos, impulsos e barreiras, contudo, iniciativas públicas têm sido realizadas ao longo dos últimos meses no sentido de reduzir tal assimetria no acesso de alunos às aulas realizadas de forma on-line.
Diversos dados recentes evidenciam essa questão, servindo de subsídio para a elaboração destas políticas públicas. De acordo com um levantamento do Unicef (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância), em novembro de 2020, cerca de 3,7 milhões de alunos não conseguiram estudar em casa, ficando impedidos de terem acessos às atividades escolares oferecidas de forma remota pelas escolas em que estavam matriculados.
Outro estudo, realizado de forma conjunta pelo Departamento de Ciência Política da USP (Universidade de São Paulo) e o Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados da FGV (Fundação Getulio Vargas), avaliou a eficiência dos planos de educação remota de estados e capitais do país, indicando um cenário muito ruim – os resultados do Índice de Educação à Distância, mensurados entre março e outubro de 2020, apontaram a uma nota média (de 0 a 10) de 2,38 no plano estadual e de 1,6 nas capitais.
Para os especialistas que conduziram a pesquisa, houve uma evidente falha na supervisão dos alunos durante as aulas, além da baixa oferta de formas de acesso – de aparelhos e conexão de internet – para que os estudantes conseguissem assistir às aulas on-line. Um levantamento deste mesmo estudo indicou que somente cerca de 15% dos estados e municípios distribuíram dispositivos e menos de 10% subsidiaram o acesso à internet.
Entre algumas barreiras para que esta porcentagem possa ser maior, aumentando a inclusão digital de alunos da rede pública de ensino, estão questões como a emissão, por parte do Poder Executivo, da Medida Provisória 1.060, que burocratiza o repasse – garantido pela Lei 14.172/2021 – de R$ 3,5 bilhões a estados e municípios para garantir, de acordo o texto da lei aprovada nas duas Casas e que teve o veto integral presidencial posteriormente derrubado, “o acesso à internet, com fins educacionais, aos estudantes, às professoras e aos professores da educação básica pública”.
Iniciativas realizadas por estados e municípios, porém, têm avançado na questão da melhoria da conectividade e a inclusão digital dos alunos, como as realizadas pela Prefeitura de São Paulo, que anunciou a compra de 506 mil tablets para alunos e 48.500 notebooks para os professores ou pelo Governo do Ceará, que distribuiu 150 mil tablets e entregou chips com pacote mensal de 20 GB de internet para aproximadamente 347 mil alunos.
Tablets e novas tecnologias para o avanço da inclusão digital
A presença do Ceará como um dos exemplos de atuação no avanço da inclusão digital de estudantes da rede pública no contexto da pandemia não surpreende, visto que o estado nordestino é destaque nos rankings de avaliação do ensino no país, com o segundo melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para os anos iniciais do ensino fundamental, atrás apenas de São Paulo. Além disso, de acordo com o ranking do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), do Ministério da Educação, nos primeiros cinco anos escolares, 77 das 100 melhores escolas públicas do Brasil estão em terras cearenses.
Em Caucaia, no interior do estado, alunos da rede pública também foram beneficiados recentemente com a entrega de 45 mil tablets por parte da Prefeitura local. Os equipamentos, adquiridos por meio de licitação, foram fornecidos pela Samsung SDS e contam com, entre outras funcionalidades, dispositivos para a verificação de identidade, check-in para provas e testes e painel de controle para os professores.
Para Cleiton Pacheco, Gerente Sênior de Setor Público da Samsung SDS, “a dinâmica do ensino é alterada a partir do momento que o aluno recebe o tablet, já que ele, com isso, pode realizar atividades EaD com mais qualidade, além de ter acesso a um universo de aprendizado que a internet e os aplicativos proporcionam”.
Além disso, prossegue o executivo, este processo de inclusão digital de alunos do ensino público faz com que eles tenham acesso “ao mesmo nível de informação e tecnologia que os alunos de uma escola privada”, diz Pacheco, lembrando um estudo recente realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que indicou a falta de acesso à internet e desigualdade entre alunos da rede pública e privada aumentaram na pandemia.
Segundo a pesquisa divulgada em abril, 98,4% dos estudantes da rede privada tiveram acesso à rede durante a atual crise sanitária, ao passo que o percentual entre os alunos das escolas públicas foi de 83,7%.
Para saber mais, basta acessar: https://www.samsungsds.com/la/insights/index.html
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