Home Noticias Segurança vs. complexidade: o campo de batalha crítico na era da nuvem híbrida

Segurança vs. complexidade: o campo de batalha crítico na era da nuvem híbrida

por SimbiekJP

Por Alvaro Santa María, Diretor de IBM Security na América Latina

Depois do ataque massivo ao SolarWinds, que impactou empresas em todo o mundo, surgiu um debate sobre a segurança em nuvem e se a nuvem pública pode ou não ser uma opção mais segura do que uma abordagem de nuvem híbrida.

Ao invés de debater qual abordagem de nuvem é mais segura, a pergunta que devemos fazer é: para qual modelo precisamos desenhar a segurança? Como Diretor de IBM Security na América Latina, acredito que os líderes de tecnologia deveriam estar projetando para a forma como as empresas estão trabalhando hoje, no lugar de restringir os clientes à segurança de um modelo de computação sobre o outro.

O incidente do SolarWinds, por exemplo, aproveitou a ampla cadeia de fornecedores de tecnologia em que as empresas atualmente confiam. O desafio de segurança da cadeia de suprimentos existe há décadas, mas também é apenas um fator que contribui para um problema ainda maior que as equipes de segurança enfrentam hoje: a complexidade.

Em outras palavras, o maior desafio de segurança que enfrentamos hoje não é inerente às próprias tecnologias, mas sim à desconexão entre as estratégias e tecnologias que são usadas para garanti-la.

A complexidade é inimiga da segurança

Os ambientes de nuvem híbrida surgiram como um foco importante para os governos e as empresas, públicas ou privadas, que têm dados críticos e regulados que precisam proteger. De fato, em um estudo recente da Forrester Research, 85% dos responsáveis pelas decisões de tecnologia concordaram que a infraestrutura local on-premises é crítica para suas estratégias de nuvem híbrida.

No entanto, a adoção ad hoc de tecnologias em nuvem criou um cenário complexo para garantir a segurança de recursos de TI dispersos — com lacunas na visibilidade e dados espalhados em diversas ferramentas, na nuvem e infraestrutura on-premises. Esse problema só foi agravado pela implementação apressada de novas ferramentas e recursos na nuvem para a adaptação ao trabalho remoto em meio à pandemia global.

Infelizmente, essa abordagem desconectada é refletida em grande parte das ferramentas de segurança que surgiram para proteger os ambientes de nuvem atuais. Chegamos ao ponto em que as grandes empresas costumam usar entre 50 e 100 ferramentas de segurança distintas de dezenas de fornecedores diferentes.

O problema aqui não são os recursos de nuvem, nem as ferramentas de segurança em si, mas o fato de que as várias peças não estão sendo conectadas com uma abordagem única — criando pontos cegos de segurança e complexidade como resultado.

Um “modelo de nuvem híbrida” bem executado combina parte dos sistemas on-premises existentes de uma empresa com um mix de recursos de nuvem pública e recursos como um serviço e os trata como um. Por sua vez, a segurança também deve ser redesenhada com um único ponto de controle que fornece uma visão holística das ameaças e mitiga a complexidade.

Conectando a segurança através das nuvens

No mundo da nuvem híbrida, tanto a segurança quanto a privacidade de dados tornam-se uma responsabilidade compartilhada entre proprietários de dados, usuários e fornecedores.

Em última instância, muitos dos riscos de segurança que estão sendo apresentados em ambientes de nuvem são resultado do erro humano, combinado com a falta de visibilidade centralizada para encontrar e corrigir essas questões antes que elas sejam prejudiciais. As configurações errôneas de nuvem foram citadas como uma das principais causas de vazamento de dados estudados no relatório Cost of a Data Breach da IBM e do Ponemon Institute, correspondendo a quase 1 em 5 dos vazamentos de dados analisados.

Podem surgir problemas adicionais devido ao mau gerenciamento dos dados. A inovação que mais cresce para tratá-los é chamada de Computação Confidencial. Neste momento, a maioria dos provedores de nuvem promete que eles não acessarão seus dados (eles podem, é claro, ser forçados a quebrar essa promessa por ordem judicial ou outros meios). Isso também significa, por outro lado, que os atores de ameaça poderiam usar esse mesmo acesso para seus próprios fins maliciosos. A Computação Confidencial garante que o provedor de tecnologia em nuvem é tecnicamente incapaz de acessar dados, tornando igualmente difícil para os cibercriminosos acessá-los.

Entender como os atacantes invadem a nuvem também é fundamental para a evolução dos protocolos de segurança. De acordo com uma análise da IBM de incidentes de segurança em nuvem, o caminho mais comum é por meio de aplicativos baseados em nuvem. De fato, a utilização remota de aplicativos em nuvem respondeu por 45% de incidentes de segurança relacionados à nuvem que foram analisados por equipes de resposta de incidentes da IBM X-Force ao longo do ano passado.

Com esses desafios em mente, aqui estão alguns princípios que devem ser considerados para ajudar a projetar a segurança na era da nuvem híbrida:

  • Unificar a estratégia. Desenhar uma estratégia integral de segurança na nuvem que abrange toda a organização, desde desenvolvedores de aplicativos, até equipes de TI e de segurança. Também designar políticas claras para recursos em nuvem novos e existentes.
  • Escolher a arquitetura adequada. Identificar os dados mais sensíveis e garantir que os controles de privacidade apropriados estão em vigor, até mesmo abaixo do nível de hardware. Considerar recursos técnicos de segurança como a Computação Confidencial e manter uma chave própria, o que faz com que até mesmo o provedor de nuvem não consiga acessar os dados.
  • Ter uma abordagem aberta. Garantir que as tecnologias de segurança funcionem de forma eficaz através de ambientes de nuvem híbrida (incluindo on-premises e múltiplas nuvens). Quando possível, alavancar tecnologias e padrões abertos que permitam uma maior interoperabilidade e que possam reduzir a complexidade.
  • Automatizar a segurança. Implementar inteligência artificial e automação para maior velocidade e precisão ao responder às ameaças, em vez de depender apenas de reações manuais.

Melhorar a segurança da nuvem para o novo normal é possível, mas é preciso deixar de lado suposições anteriores. Uma visão clara dos desafios de segurança baseados em políticas e os tipos de ameaças direcionados a ambientes em nuvem ajudarão a fazer a mudança para essa nova fronteira. Quando feita corretamente, a nuvem híbrida pode tornar a segurança mais rápida, escalável e mais adaptável.

Comunicação IBM
Camila Perrud
E-mail: [email protected]

Assessoria de imprensa IBM
Weber Shandwick
E-mail: [email protected]

Fonte: https://www.ibm.com/

Você também pode gostar

Deixe um Comentário

Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Aceito Mais informações