Em tempos em que a tecnologia vem ocupando, de forma acelerada, cada vez mais espaço na vida cotidiana da sociedade, permeando as relações sociais da população, o conceito de ‘habilidade digital’ pode parecer algo redundante, já que a grande maioria das pessoas lida, de alguma maneira, com aparelhos eletrônicos durante grande parte do dia a dia. No ambiente de trabalho, porém, tais técnicas, quando ultrapassam o campo do conhecimento básico, são diferenciais que podem fazer toda a diferença para o sucesso de uma empresa no mercado.
A procura por estes profissionais ‘digitalmente habilidosos’, de acordo com pesquisas de mercado, é alta por parte de companhias que buscam sobreviver e crescer em uma era de rápida digitalização do ambiente laboral.
Segundo a empresa de consultoria de recrutamento Talenses, em um estudo realizado em parceria com o centro educacional Digital House, quase nove entre cada dez empresas (88%) estão em busca de profissionais com habilidades digitais, sendo as áreas de tecnologia da informação (TI), finanças, logística e jurídico as que mais demandam esse tipo de talento.
A alta demanda, no entanto, não tem sido acompanhada pela oferta de profissionais deste gabarito. Uma pesquisa realizada entre o LinkedIn e a empresa de serviços de consultoria, tecnologia e terceirização Capgemini indicou que há falta de profissionais com habilidades digitais no mercado. Segundo o estudo global, 54% das empresas acreditam que a dificuldade em encontrar tais profissionais atrapalha a transformação destas companhias.
O índice é próximo ao indicado por outra pesquisa, feita pela PwC Brasil, que analisa especificamente o mercado brasileiro. De acordo com este estudo, 59% dos CEOs brasileiros estão “extremamente preocupados” com a falta de profissionais com domínio de habilidades digitais no mercado.
E isto pode ser explicado por um outro dado, aferido pelo estudo ‘State of Digital Business Transformation’ (‘Estado da transformação do negócio digital’, em tradução livre), realizado pelo instituto de comunicação estadunidense IDG em 2020, que apontou que as empresas que priorizam estratégias digitais têm um aumento de receita na ordem de 34%.
Habilidades digitais e o futuro do mercado
Entre algumas das principais competências digitais que gestores de empresas buscam em profissionais estão: habilidade com documentos digitais, conhecimento de uso em buscadores, familiaridade com organizador de equipes e tarefas, conhecimento de fundamentos de Marketing Digital, noções de segurança digital e conhecimento de Cloud Computing.
Para Alessandro Lupò, diretor geral da ICDL no Brasil, empresa que atua na certificação de habilidades digitais de profissionais há mais de 25 anos, “as competências digitais são o conjunto de habilidades que uma pessoa tem para lidar com dispositivos, sistemas e outras soluções virtuais”. Para ele, este tipo de talento “inclui não apenas o saber dar algum comando, mas também como saber se portar neste meio, pois estão diretamente ligadas com as habilidades de um profissional”.
Lupò afirma que a constante evolução tecnológica faz com que haja uma grande demanda por profissionais dos mais variados níveis de competências digitais. Segundo a já citada pesquisa realizada pela Talenses em parceria com a Digital House, os profissionais com habilidades digitais mais desejados pelo mercado são: analistas de dados (13% das citações), analistas de Marketing Digital (10%), cientistas de dados (9%), especialistas em Customer Experience (9%) e UX/UI Designers (8%).
O executivo da ICDL Brasil projeta que, em um futuro próximo, também deverá ganhar força no mercado as áreas de Inteligência Artificial, Big Data e Gerenciamento de Informação. “Além das habilidades técnicas, que já estão presentes no dia a dia dos profissionais, as profissões do futuro vão exigir habilidades comportamentais, com os trabalhadores devendo saber como pensar e não mais somente o que pensar”, diz Lupò.
“A velocidade das mudanças será tão grande que as habilidades dos profissionais terão prazo de validade curto, ou seja, esse profissional vai ter que estar em constante transformação de aprendizagem”.
Segundo um estudo de âmbito global da consultoria de gestão McKinsey, até 2030, o tempo gasto na interação com tecnologia avançada nas empresas aumentará em 50% nos Estados Unidos e 41% na Europa. Para a mesma consultoria, a demanda por habilidades digitais cresce em todo o mundo – estima-se que ela aumente 69% nos Estados Unidos e 65% na Europa na próxima década.
“Temos um cenário em constante mudança, mas sabemos que o futuro é totalmente digital e a ICDL possibilita essas mudanças através de uma certificação reconhecida mundialmente”, afirma Lupò.
Para saber mais, basta acessar: https://icdlamericas.org/brazil/
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