Apesar dos entraves trazidos pela pandemia de Covid-19, a economia brasileira buscou se manter estável, explorando possibilidades ainda não tão esmiuçadas, como o caso da flexibilidade do ambiente de trabalho e o e-commerce. Apesar das idiossincrasias trazidas pelo panorama incomum, as pequenas e médias empresas cresceram consideravelmente. Uma pesquisa do Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas, divulgada em matéria da CNN, apontou que houve um crescimento de 30% desde 2018 para estas empresas.
A pesquisa também evidenciou que, nesse período, a necessidade de digitalização das empresas foi e ainda será crucial para manter os negócios em continuidade, muito devido às necessidades de adaptação à pandemia do novo coronavírus. De acordo com dados da pesquisa Agenda 2022, da empresa de consultoria Deloitte, a predominância nos investimentos em tecnologia está focada em aplicativos ligados a ferramentas de gestão (96%); gestão de dados (95%); segurança digital (95%); customer marketing (81%), entre outros.
O cenário em constante adaptação mostra que pode ser desafiador para empresas novas se manterem estáveis, pois nunca antes foi tão necessário investir em tecnologias digitais para manter os negócios em consonância com o mercado. O Sebrae divulgou que nos últimos anos, com a pandemia, especialmente para as pequenas empresas, foi muito difícil manter os negócios funcionando e que, em estudo em parceria com a FGV, adesão ao comércio eletrônico é estratégia fundamental para a vitalidade dos pequenos empreendedores. Hoje, cerca de 70% das empresas comercializam seus produtos via internet.
Adaptação à nova dinâmica de mercado
Fabricio Silva Fabene, proprietário da Realiza, Desenvolvedora de Software de Gestão Empresarial (ERP) e Automação Comercial, afirma que a perda de espaço no mercado formal motivou muitos trabalhadores a enveredar para o ramo do empreendedorismo. E isso resultou em um grande volume de abertura de empresas de pequeno ou médio porte. Sendo “marinheiros de primeira viagem”, com pouco conhecimento prático sobre a gestão de um negócio, porém, a aplicação de novas tecnologias nestes empreendimentos, em geral, não foi algo simples de ser realizada por parte destes profissionais.
No entanto, o CEO afirma que existem estratégias para quem quer se instruir para lidar com essa nova dinâmica: “Com a ajuda da tecnologia, hoje em dia, é mais fácil perpetuar uma empresa do que alguns anos atrás. O conhecimento se tornou mais fácil. Existem diversos vídeos, artigos e conteúdos voltados à gestão empresarial, que basta o empresário ter boa vontade que pode adquirir conhecimentos de graça”.
Fabricio aponta também que os ERPs (Sistema Integrado de Gestão Empresarial) podem facilitar muito o dia a dia de quem abre uma empresa: “Eles auxiliam o empresário ao trazer números e indicadores de forma facilitada, bastando apenas olhar estes indicadores e dashboard e tomar a decisão mais conveniente a perpetuar seu estabelecimento”.
Perspectivas para 2022
Tais facilidades oferecidas por ferramentas tecnológicas, no entanto, podem esbarrar em um ambiente de incertezas. Segundo o economista José Roberto Mendonça de Barros, em debate on-line promovido pelo Jornal Valor Econômico em novembro de 2021, com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o cenário para 2022 no campo do empreendedorismo ainda é de cautela.
Para o economista, a alta do combustível e da inflação fazem com que seja interessante conduzir os negócios com relativa prudência. “É importante conduzir as empresas de forma conservadora e trabalhar com foco na excelência operacional e na otimização dos custos do negócio”, diz Barros.
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