Crescimento das falências no setor industrial agravou o resultado do trimestre
4 de julho de 2016 – Os pedidos de falência registraram alta de 26,5% no 1º semestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015, segundo dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), com abrangência nacional. Em junho, o número de pedidos de falências aumentou 20,2% na comparação mensal e 22,8% na comparação com junho de 2015.
No 1º semestre do ano, as falências decretadas subiram 11,3% em relação ao período equivalente do ano anterior. Na comparação interanual cresceram 0,9% e recuaram 15,6% ante o mês anterior.
Os pedidos de recuperação judicial e as recuperações judiciais deferidas, no acumulado do semestre, também seguiram tendência de alta, registrando 113,5% e 118,8%, respectivamente. A tabela 1 resume os dados.
Tabela 1 – Variações nas Falências e Recuperações Judiciais | |||
jun/16 | Jan-Junho 2016/2015 | Junho 2016/Junho 2015 | Junho 2016/Maio 2016 |
Pedidos de Falência | 26,5% | 22,8% | 20,2% |
Falências Decretadas | 11,3% | 0,9% | -15,6% |
Pedidos de Recup. Jud. | 113,5% | 77,7% | 21,5% |
Recup. Jud. Deferidas | 118,8% | 100,0% | 15,8% |
Fonte: Boa Vista SCPC |
O crescimento das falências no primeiro semestre de 2016 é bem mais significativo do observado no primeiro semestre de 2015, quando os pedidos acumulavam alta de 9,2%.
A fraca atividade econômica e os elevados custos atingiram fortemente o caixa das empresas ao longo de 2015, e os pedidos de falência fecharam aquele ano com crescimento de 16,4%. Já as recuperações cresceram 51,0%. A tendência de alta não só continuou como se intensificou neste primeiro semestre do ano.
Sem previsão de mudança no cenário macroeconômico em 2016, os indicadores parecem conservar, de forma mais intensa, a tendência observada ao longo de 2015.
Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte
A tabela 2 mostra como estão distribuídas as falências e recuperações judiciais por porte de empresa no 1º semestre de 2016, a partir dos critérios de porte de empresa adotados pelo BNDES[1].
As pequenas empresas, por exemplo, representam cerca de 86% dos pedidos de falências e 92% das falências decretadas. Tanto nos pedidos de recuperação judicial como nas recuperações judiciais deferidas, as pequenas empresas também correspondem ao maior percentual, 93% e 92% respectivamente.
Tabela 2 – Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte | |||
Pequenas | Médias | Grandes | |
Pedidos de Falência | 86% | 10% | 4% |
Falências Decretadas | 92% | 7% | 1% |
Pedidos de Recuperação Judicial | 93% | 7% | 1% |
Recuperações Judiciais Deferidas | 92% | 7% | 1% |
Fonte: Boa Vista SCPC
Distribuição das falências e recuperações judiciais por setor
Na divisão por setor da economia, o setor de serviços foi o que representou mais casos nos pedidos de falência (40%), seguido do setor industrial (34%) e do comércio (26%). Embora não seja o setor responsável pelo maior percentual de falências, o setor industrial foi o único que cresceu acima dos 26,5%, crescendo 30,6%. Serviços cresceram 29,5% e comércio 16,3%. Para os demais dados, segue o resumo apresentado na tabela 3 abaixo:
Tabela 3 – Distribuição das Falências e Recuperações Judiciais por Setor | |||
Indústria | Comércio | Serviços | |
Pedidos de Falência | 34% | 26% | 40% |
Falências decretadas | 33% | 30% | 37% |
Pedidos de Recup. Jud | 26% | 43% | 31% |
Recup Jud decretadas | 24% | 42% | 34% |
Fonte: Boa Vista SCPC
Metodologia
O indicador de falências e recuperações judiciais é construído com base na apuração dos dados mensais registradas na base de dados da Boa Vista SCPC, oriundas dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos estados.
A série histórica deste indicador se inicia em 2006 e está disponível em:
http://www.boavistaservicos.com.br/economia/falencias-e-recuperacoes-judiciais/