Períodos de recessão como o que o país e o mundo enfrentam atualmente podem ser bastante propícios para reforçar a importância da educação financeira. Uma pesquisa realizada no Reino Unido aponta que 20% das pessoas acredita que a pandemia que tomou conta do mundo serviu como um alerta para gerenciar melhor o dinheiro no futuro. Entre os entrevistados, 30% se disseram despreparados financeiramente para enfrentar os reflexos da crise provocada pela pandemia e 38% afirmaram que pretendem começar a poupar e a fazer reservas para situações de emergência.
A falta de uma cultura que priorize a disciplina financeira das pessoas com seus próprios orçamentos decorre do fato de que não é comum tratar do assunto já na infância, mostrando para crianças e jovens a importância de se poupar e saber gerenciar bem o dinheiro. De acordo com o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, reverter esse quadro passa, obrigatoriamente, pela educação que crianças e jovens recebem desde cedo sobre o tema. “Uma educação melhor vai formar cidadãos melhores e mais conscientes. Se não houver uma educação financeira que prepare melhor os indivíduos para negociarem melhor, para entenderem melhor como gerenciar o seu dinheiro e aproveitar oportunidades, nós vamos perpetuar um sistema desigual”, explica Cerbasi.
Segundo o especialista, a educação financeira abrange um conteúdo que os pais atuais não tiveram em seu tempo de escola. “Em muitos casos, os pais se preocupam com as notas de português, matemática e não estão preocupados com os conceitos de educação financeira que vêm da escola, tratando o tema como algo complementar. É preciso fazer com que a educação financeira seja envolvente a ponto de conquistar toda a família”, reforça Cerbasi. Para ele, o caminho para conseguir isso é a conscientização. “Consciência gera desconforto e o desconforto gera a ação necessária para a transformação”, destaca Cerbasi.
O consultor ainda alerta que adotar um conteúdo programático sobre o tema nas escolas faz com que o aluno leve para casa orientações que, às vezes, faltam aos pais. “São informações, conhecimentos que podem provocar mudanças para que o próprio planejamento familiar seja alterado, para melhor”. Esse trabalho com crianças deve ser iniciado de forma lúdica e com aplicações práticas. Educadores devem despertar essa consciência mostrando às crianças e jovens como os adultos podem perder dinheiro e ver suas vidas limitadas e quase sem oportunidades por falta de uma educação financeira precoce.
De acordo com a proposta incluída na Base Nacional Comum Curricular, a educação financeira deve ser uma matéria transversal, com um conteúdo programático que não seja missão apenas do professor ou da disciplina A, B ou C. É preciso uma programação colegiada, com vários professores, para alinhar a distribuição desse conteúdo em várias disciplinas. Gustavo Cerbasi falou sobre educação financeira em evento online promovido pela Conquista Solução Educacional, voltado a escolas conveniadas. O tema – educação financeira – é um dos pilares da proposta pedagógica da Conquista, com materiais didáticos exclusivos sobre o assunto.
Abaixo, algumas dicas que podem auxiliar na educação financeira das crianças neste período:
Entre 2 e 3 anos: eles podem ainda não compreender os conceitos financeiros, mas podem se familiarizar com as moedas, aprendendo a distingui-las. Circule moedas com diferentes valores e tamanhos em cores distintas e faça associações. Supervisione a atividade para evitar que as crianças levem as moedas à boca. Outra dica é promover o lado lúdico por meio de brincadeiras que simulem o comércio.
Entre 4 e 5 anos: nessa idade, as crianças já observam os pais ao realizar pesquisas de preços, por exemplo. Incentive seu filho a olhar as propagandas e o ajude a procurar os menores preços. Para estimular o lado lúdico em casa, simule um jantar em restaurante e defina as posições – quem arruma a mesa, quem serve, quem paga a conta, quem recebe o pagamento pela refeição.
Entre 6 e 8 anos: nessa fase, muitas famílias já atribuem um determinado valor para as crianças, como mesada. Aproveite o momento e ensine seu filho a poupar. Mostre o aplicativo do banco, explique como funciona, a importância de se manter o equilíbrio entre o que entra e o que sai da sua conta. Se achar que é muito cedo para abrir uma conta para o filho, faça um cofrinho para ele.
Entre 9 e 12 anos: esse é um bom período para ensinar noções de preço e qualidade. Para isso, estimule as crianças a comparar produtos, a ler rótulos, a comparar preços por peso, tamanho e gramatura. Vale também promover um pequeno bazar ou brechó com coisas que não se usa mais ou que são passíveis de troca, a fim de estimular a noção de valor e responsabilidade.
De 13 a 15 anos: esse é um momento interessante para acompanhar e discutir o noticiário econômico com os jovens, fazendo-os refletir sobre diferentes cenários econômicos que possam impactar em algo de seu interesse. É um momento importante também para aprender a organizar orçamentos, planilhar custos, despesas fixas e extras.
A partir dos 16 anos: nessa idade, o jovem já pode trabalhar com cartões pré-pagos de celular ou cartões de banco com valor armazenado, mas é importante que os pais sempre conversem com os filhos sobre a necessidade do respeito ao orçamento. O momento também é propício para estimular o engajamento do jovem em alguma causa humanitária com a qual ele se identifica, dividindo um pouco do que tem e compreendendo também sobre responsabilidade social.
Sobre a Conquista Solução Educacional
A Conquista é uma solução educacional que oferece aos alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio uma proposta de educação e futuro que integra a família, a escola e a comunidade. Com diversos recursos, material didático completo e livros de Empreendedorismo e Educação Financeira, o objetivo da solução é ajudar, de forma consistente, os alunos no processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de suas capacidades. Atualmente, mais de 1800 escolas de todo o Brasil utilizam a solução.
Website: http://conquistaeducacao.com.br/