A Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, anunciou a construção do primeiro supercomputador a usar a tecnologia de armazenamento de estado sólido.
Memórias de estado sólido
O supercomputador Gordon será o primeiro a usar cartões SSD de memória de forma intensiva para atender a necessidades de armazenamento de dados.
Essas memórias tipo flash são chamadas de memória de estado sólido, em contraposição aos discos rígidos, o meio de armazenamento usado pelos supercomputadores atuais.
Os 64 nós de entrada e saída começaram a ser instalados nesta semana. O supercomputador deverá começar a funcionar em Janeiro de 2012.
“Mover uma cabeça de leitura física para fazer uma operação de entrada e saída é muito ‘século passado’,” esnoba Allan Snavely, coordenador do projeto. “De fato, Charles Babbage projetou um computador baseado em partes mecânicas móveis quase dois séculos atrás. É hora de parar de mover prótons e movimentar apenas elétrons.”
Supercomputador sólido
Com 256 terabytes de memória flash, o supercomputador Gordon será voltado para aplicações intensivas em bases de dados, alcançando velocidades nas consultas até 100 vezes maiores em comparação com sistemas de discos rígidos.
Os 1024 nós do supercomputador serão agrupados em 32 “supernós”, com 64 gigabytes de DRAM e capacidade de 195 gigaflops por nó.
Um supernó também incorpora 2 nós de entrada e saída, cada um com 4 TB de memória flash.
Quando interligados por uma memória virtual compartilhada, cada um dos 32 supernós terá um potencial superior a 6 teraflops de processamento e 10 terabytes de memória (2 TB de DRAM e 8 TB de memória flash).
O pico de desempenho esperado é de 7,7 teraflops por supernós e de 245 teraflops para o sistema todo.
Mas o supercomputador Gordon terá também à sua disposição, além dos 256 terabytes de memória sólida, 4 petabytes de discos rígidos, mostrando que, apesar do discurso, os velhos e bons HDs ainda não estão assim tão fora de moda.
Durabilidade das memórias flash
As memórias flash já são dominantes entre os equipamentos portáteis, mas esta é a primeira vez que se construirá um supercomputador inteiramente baseado nessa tecnologia.
Embora seja barata e robusta para aplicações pessoais, as memórias flash ainda não haviam atingido uma durabilidade suficiente para aplicações de computação de alto desempenho, que exigem um número de ciclos de leitura e escrita muito superior.
Uma memória flash da categoria consumidor precisa suportar 3.000 ciclos de escrita e apagamento – a maioria dos equipamentos eletrônicos deixa de ser usada antes disso.
Uma memória flash de categoria empresarial, por outro lado, precisa ter uma durabilidade pelo menos 10 vezes maior. Elas já existem no mercado, mas, até há pouco tempo, custavam caro demais.