De acordo com a Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), as vendas de medicamentos manipulados cresceram 8%, no Brasil, apenas no primeiro trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período de 2020.
Os dados divulgados destacam o aumento das atividades farmacológicas no que diz respeito à manipulação de remédios no mercado brasileiro. Além disso, o levantamento também traz à tona a importância de atender diferentes públicos, com formulações individualizadas e tipos variados para o consumo.
Flávia Ribeiro, farmacêutica e proprietária da Quality Farmácia Manipulação,traz o exemplo de manipulados que visam um cuidado extra com os pacientes . Com a produção de picolés e sorvetes com medicamentos, a profissional trouxe um alimento popular para ser um aliado dos tratamentos.
“Chamada de ‘Ice Therapy’, essa iniciativa busca aumentar a adesão do paciente ao tratamento que ele está realizando. É possível adaptar diferentes tipos de manipulados para este formato de sorvete e picolé, como produtos para emagrecimento, para a pele e até mesmo pré-treinos”, informa a profissional. Medicamento esse regulamentado pela Anvisa.
O método conta com a preparação por meio de um equipamento especial, onde se transforma o medicamento em sorvete ou picolé. Esse processo leva, aproximadamente, 24 horas para chegar ao seu formato final. “A iniciativa atende, especialmente, os pacientes que não conseguem ser assíduos ao tomar cápsulas, o que tende a prejudicar os tratamentos realizados”, diz.
Cuidados extras
De acordo com a Revista da Associação Bahiana de Medicina (ABM), a possibilidade de transformar o medicamento em sachês, shakes, pirulitos, chocolates e demais soluções alimentícias, por meio da manipulação, pode melhorar a adesão do paciente ao tratamento.
“O diferencial do manipulado é que ele fornece a dose exata para tratamentos, além de assumir formas variadas para consumo. Muitas vezes, as pessoas têm que descartar o medicamento por sua inutilidade após o tratamento e isso, em grande parte dos casos, é feito de forma incorreta, com possibilidades do remédio chegar, inclusive, no lençol freático e voltar para a gente, por meio da água”, indica Flávia.
Entretanto, apesar da produção individualizada de acordo com necessidades específicas de cada paciente, os remédios manipulados devem seguir as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (BPMF).
De modo geral, a medida busca assegurar que os produtos sejam manipulados e controlados de forma segura, com qualidade apropriada para o uso pretendido e, também, de acordo com as quantidades indicadas nas prescrições. Para que esses cuidados sejam adotados, os manipulados são fiscalizados pela Vigilância Sanitária e pelos Conselhos Regionais de Farmácia.
Website: http://qualitymanipulacao.com.br/