A Vela Software, fornecedora global de soluções de software, subsidiária do grupo Constellation Software, anunciou a compra da LDSOFT, empresa que atua na área de soluções de propriedade intelectual no Brasil. Esta é a quarta lawtech brasileira adquirida pela companhia canadense. De acordo com o grupo, o objetivo da aquisição é ampliar os investimentos e fortalecer o mercado de lawtechs no país e na América Latina.
Lawtechs, ou legaltechs, como também são conhecidas, são empresas que desenvolvem produtos e serviços tecnológicos com o objetivo de oferecer automações para a rotina de trabalho de advogados e escritórios de advocacia.
Com a aquisição, o então diretor e fundador da LDSOFT, Luiz Duffles, assumirá a posição de CEO da empresa. Além disso, todo quadro de funcionários será mantido e os diretores conservarão sua autonomia nas tomadas de decisão. Ele conta que, no Brasil, a Vela tem o plano de expandir o mercado vertical de lawtechs, adquirindo um portfólio de empresas do ramo, como ocorreu com a aquisição da Aurum e da Kurier, líderes em seus segmentos.
“A decisão foi tomada com a segurança de que todos os esforços serão voltados para potencializar a influência da LDSOFT no mercado de soluções de propriedade intelectual. Acredito que a parceria trará projeção internacional à empresa, além da sinergia natural com as outras lawtechs do grupo”, afirma.
Para Duffles, a aquisição se trata de um marco na história da empresa fundada por ele, em 1993. “Com a integração junto ao grupo Constellation, esperamos nos fortalecer e seguir uma trilha de expansão e inovação no segmento de tecnologia jurídica”.
A LDSOFT oferece soluções em softwares no modelo SaaS (Software as a Service), dentre eles o Apol, líder da categoria de propriedade intelectual, o Webseek, o Cashfy, o Aquiles e o Authora, o mais novo sistema de registro de prova de anterioridade de arquivos digitais na rede Blockchain, descreve Duffles. “O foco neste momento é investir no avanço tecnológico dos produtos e projetar o crescimento em novos mercados”.
Propriedade intelectual ganha destaque com expansão das lawtechs
O número de registros de patentes de máquinas e equipamentos com IA (Inteligência Artificial) no Brasil cresceu 188,9% entre 2009 e 2013. É o que demonstra um estudo elaborado pelo Nipi (Núcleo de Inteligência em Propriedade Industrial), em parceria com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
De acordo com a análise, considerando somente os registros de residentes nacionais, a maior alta foi registrada entre 2015 e 2019, quando o número de registros anuais passou de 30 para 94. O Brasil é o segundo maior em número de pedidos de registros (576), atrás dos Estados Unidos, onde são feitos 2.181 pedidos.
O CEO da LDSOFT chama a atenção para o crescimento da área de propriedade intelectual no atual cenário de expansão das lawtechs. “A propriedade intelectual se mostra cada vez mais relevante, considerando que o meio digital proporcionou a consolidação de novos formatos de negócio e o crescimento do empreendedorismo e da inovação, ao passo em que facilitou a disseminação da pirataria e do plágio, elevando os episódios de violações aos direitos intelectuais”.
Por ser um nicho do mercado jurídico, prossegue Duffles, a propriedade intelectual está inserida no ecossistema e cresce com as lawtechs. “Os profissionais da área sofrem prejuízos com a falta de acompanhamento adequado dos processos, como perda de prazos referentes ao acompanhamento – rotinas que podem ser automatizadas em sistemas. Além disso, as tecnologias podem evitar danos como a perda de uma marca e o desperdício de tempo e de recursos. E é preciso lembrar que a marca, na maior parte das vezes, é a parte principal do negócio”, complementa.
Na análise de Duffles, o mercado de lawtechs no Brasil cresce cada vez mais ao entregar rapidez e praticidade em meio a um cenário de alto volume de processos acumulados, junto à necessidade de digitalização do sistema judiciário brasileiro. “A demanda pelo mercado tende a ser ainda maior, já que, com a eclosão da era digital e suas novas tecnologias, os consumidores passaram a buscar respostas imediatas e fugir de processos burocráticos, com prazos demorados”, diz ele.
No meio jurídico, avança Duffles, essa urgência enfrenta uma certa limitação. “Assim, pensar em formas de automatizar tudo o que for possível dentro da rotina dos escritórios de advocacia é fundamental para garantir mais agilidade ao mercado jurídico e a satisfação dos clientes”.
Para mais informações, basta acessar: https://www.ldsoft.com.br/
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