As notícias falsas não são novidade no cotidiano das pessoas ao redor do mundo. O banimento do ex-presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, do Twitter, por conta da disseminação de fake news, demonstra a relevância e proporção que o assunto tomou nos tempos atuais. Entretanto, a ação contra tais informações mentirosas não é simples e as empresas de comunicação encontram obstáculos. São diversos exemplos de dificuldades de portais e redes sociais para controlar a divulgação de conteúdos que fazem afirmações equivocadas.
No Brasil, há agências que trabalham exclusivamente com apuração de fatos distorcidos e publicados nas redes, inclusive, que viralizam por dias. A Lupa está entre os que debruçam sobre casos de fake news e divulgam as versões reais dos acontecimentos, como prestação de serviço à sociedade. Um dos principais locais onde atuam é no WhatsApp – por conta do alto volume de fake news compartilhadas nele.
O site e-farsas também trabalha, desde 2002, desmentindo alegações mentirosas na web. Gilmar Henrique, analista de sistemas e proprietário do site, falou recentemente sobre as fake news relacionadas à urna eletrônica no QG Podcast. O site que tratava de vídeos e mensagens manipuladas hoje desmente boatos sobre a eleição e fatos do dia a dia brasileiro.
Das redes para o âmbito jurídico
As fake news são um problema tão sério no Brasil que há uma CPMI para investigar a disseminação de informações falsas ou enganosas. O senador Angelo Coronel preside a comissão instalada em setembro de 2019. Os desdobramentos do inquérito levaram à prisão de Roberto Jefferson, ex-deputado federal e presidente nacional do PDT. A jornalista Mônica Bergamo explica, em sua coluna na Folha de S. Paulo, seu envolvimento no financiamento da divulgação de notícias falsas através das redes sociais.
O jornalismo passa por uma crise de credibilidade junto ao público. E a transparência, que sempre foi prioridade do segmento, vira obrigação nos tempos atuais. Victor Garofano, da equipe de jornalismo e insights editoriais do DINO, agência de notícias corporativas de São Paulo, fala sobre o tema: “Através da manipulação e rápida disseminação das notícias, muitos buscam tirar vantagens, seja para difamar alguém ou para se autopromover. Até grandes governos já se utilizaram da prática das fake news para obter vantagens ante o eleitorado. Como exemplo, durante o mandato de Donald Trump, as notícias falsas foram uma constante, confundindo e embaraçando informações institucionais”.
A jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, indicada ao prêmio Comunique-se 2021, conta em detalhes no podcast Escafandro as ameaças que sofreu por apresentar provas de que empresários brasileiros financiaram a disseminação de fake news em redes sociais em 2018, período eleitoral brasileiro. O jornalista Tomás Chiaverini falou sobre o tema detalhadamente em três episódios do programa.
Garofano também menciona as formas de identificar e evitar a disseminação de notícias falsas: “É importante verificar as fontes de informação da notícia. Reconhecer se a notícia traz pontos de vistas diferentes sobre o mesmo tema, caso a informação se encaminhe para uma narrativa muito radical e persuasiva, isso pode ser sinal de algo errado. Pesquisar se a mesma notícia está sendo veiculada em outros sites, jornais ou emissoras de TV também é essencial. Não divulgar a notícia imediatamente é uma dica importante. Alguns temas levam tempo de apuração. O comunicador finaliza com um aviso: “tão problemático quanto produzir notícias falsas ou incompletas é compartilhá-las a esmo”.
O blog do DINO tem mais informações sobre o tema e notícias corporativas.
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