Com a proximidade do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a tensão entre os jovens vai se intensificando e, além da dedicação nos estudos, o equilíbrio emocional também é de extrema importância para que o aluno possa ter um bom desempenho. A prova tem o objetivo de avaliar o aproveitamento escolar dos estudantes ao término do ensino médio e, atualmente, também é utilizada como meio de acesso ao Ensino Superior. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Educação, esta edição conta com 3.396.632 pessoas inscritas.
Esse ano, o exame acontecerá em dois domingos, nos dias 13 e 20 de novembro. No primeiro dia, os participantes terão cinco horas e meia para responder uma prova composta por 90 questões de Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias, além de uma redação de até 30 linhas. Já no dia 20, será a vez dos estudantes responderem às questões de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, com um total de cinco horas e meia. Os portões serão fechados às 13h e a prova iniciará às 13h30.
Driblando a ansiedade e a insegurança
Para a coordenadora pedagógica do Colégio Delta, Gabriela Dinis, a falta de rotina de estudos e a ansiedade são dois dos principais problemas enfrentados pelos estudantes no período imediatamente anterior ao Enem.
Sobre o primeiro ponto, ela afirma que os alunos desenvolvem o hábito de estudar às vésperas da prova, mas esta conduta, “apesar de trazer resultados no curto prazo, não é efetiva na memória de longo prazo”, fazendo com que eles tenham sempre um déficit de conteúdo em relação a estes temas que são de sua menor aptidão. Já em relação à questão da ansiedade, Dinis afirma que tal transtorno atrapalha muito o desempenho dos alunos, “pois gera desatenção, dificuldade de concentração e compreensão, nervosismo e outros fatores”.
A pedagoga, então, ressalta que a melhor solução para manter um alto desempenho e não ter problemas no Enem e nos vestibulares, é a manutenção de bons hábitos alimentares, rotina do sono e constância nos estudos. “Uma vida regrada tem benefícios para o metabolismo, prevenindo ou diminuindo a ansiedade. E a constância nos estudos ajuda a consolidar os conteúdos tão necessários a eles neste momento de avaliações”, afirma.
O apoio psicológico da escola e da família na preparação do aluno para o Enem, além disso, de acordo com Aline Kasbarian, orientadora educacional e psicóloga do Colégio Delta, é essencial. “É preciso oferecer recursos que mostrem que o aluno está pronto e não cobrá-lo tanto para não gerar ansiedade. Além disso, é importante conversar e entender as necessidades e expectativas do aluno em relação à prova”, afirma.
Sobre a rotina de estudo, Dinis explica que ela, por si só, “expõe as debilidades e aqueles pontos fracos aos quais o estudante deve dar maior atenção”. Ela reforça o fato de que não há “disciplina mais importante e menos importante”, mas que é importante que o estudante tenha bons conhecimentos de Língua Portuguesa, “pois uma boa análise e interpretação de texto são fundamentais para qualquer questão ou área do conhecimento”.
Além disso, a priorização de pontos que o aluno considere fortes em seus estudos, para a coordenadora pedagógica do Colégio Delta, também pode ser um trunfo no exame. “A garantia de acerto nas questões que são de maior aptidão do estudante, traz tranquilidade e confiança durante a avaliação”, ao passo que “lutar contra a dificuldade daquelas áreas que são de menor aptidão”, podem levar o emocional “ao desespero e insegurança”.
Cartilha do participante do Enem 2022
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) criou uma Cartilha para o participante do Enem 2022, que explica como deve ser a estrutura da redação, mostra como será o método de correção da mesma e traz alguns exemplos de produções textuais. Ainda segundo Inep, a redação é a única etapa dissertativa do Enem e tem peso muito importante para a nota do aluno.
O material aponta cinco competências que serão avaliadas nos textos, como demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa; compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa; selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os Direitos Humanos.