Sendo a tecnologia um segmento com diversas mudanças e avanços diários, a capacitação de profissionais – principalmente na área de Tecnologia da Informação (TI) – se tornou um dos principais desafios atuais. Segundo a pesquisa “Agenda 2022”, da consultoria Deloitte, com as empresas tendo que acelerar seu processo de digitalização por causa da pandemia, a prioridade dos investimentos nos próximos anos será a qualificação da mão de obra.
O estudo aponta que 90% das companhias – que faturaram R$ 2,9 trilhões até o fim do terceiro trimestre de 2021 – pretendem investir no treinamento e na formação de funcionários ainda neste ano. “É fato que os últimos dois anos foram cruciais para o avanço tecnológico nas empresas. Do trabalho e das compras online até a movimentação de grandes corporações – que expandiram seus negócios para diferentes regiões –, segmentos como edge computing, data center, data analytics e muitos outros se fortaleceram”, explica Kenia Paim, diretora de Vendas da unidade de Secure Power na Schneider Electric Brasil.
De acordo com uma projeção feita pela Softex, organização social voltada ao fomento da área de TI do projeto TechDev Paraná, somente para o segmento de TI foi prevista uma escassez de profissionais que vai ultrapassar 400 mil postos de trabalho até o fim deste ano.
Por isso, segundo Kenia Paim, na área tecnológica, se tornou comum nos últimos anos trazer para o Brasil profissionais especializados de outros países. Isso porque, como os treinamentos demandam tempo, esperar pela formação de profissionais levaria a períodos com baixa ou nenhuma produtividade. Entretanto, a executiva explica que, com as questões de Environmental, Social and Corporate Governance (ESG) se fortalecendo cada vez mais, esse pensamento tem se tornado obsoleto.
No Brasil, atualmente, há cerca de 12 milhões de pessoas desempregadas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme a pesquisa atualizada em março. “Esse número nos ajuda a entender a importância das corporações no desenvolvimento social e na responsabilidade, no sentido de fomentar e economia local com oportunidades que tragam conhecimento e especialização”, afirma Kenia.
Para ela, além de impactar positivamente os negócios, investir nesse tipo de iniciativa possibilita um movimento gradativo e expansivo. Ao criar oportunidades na educação e especialização, as empresas não beneficiam somente a si mesmas, mas impulsionam seus fornecedores, clientes e rede de parceiros a fazer o mesmo. “Isso aumenta a geração de vagas, projetos e melhora a qualidade dos serviços, além de, claro, promover bem-estar social.”
A executiva aponta que, ao oferecer treinamentos e especializações, as empresas conseguem abrir a primeira porta para, então, iniciar ações que promovam diversidade e inclusão, o acolhimento, boas remunerações e planos de carreira. “Este é um ponto fundamental em qualquer negócio ou segmento existente hoje em dia. Por isso, as empresas têm olhado cada vez mais para educação, incluindo o tema em suas estratégias e orçamentos pensados para os próximos anos”, conclui.
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