Vazamentos em tubulações internas de imóveis são comuns de ocorrer, mas muitas vezes difíceis de serem identificados, ocasionando grande desperdício de água e de dinheiro. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, divulgada em junho de 2021, referente ao ano de 2019, 39,2% de toda a água potável distribuída no país não chega às residências do país, o que representa um volume equivalente a 7,5 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente – segundo o levantamento, cerca de 60% destas perdas são decorrentes de vazamentos.
Tendo os vazamentos ocultos grande peso na incidência de perda de água tratada no país, iniciativas como a desenvolvida recentemente pela Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e a empresa israelense Asterra chamam atenção. A ação, que teve início em dezembro em Gama, cidade-satélite de Brasília, visa identificar e encontrar, por meio do uso de satélites, vazamentos não visíveis – e também, naturalmente, visíveis – nas redes de água da companhia.
Foram disponibilizados pelo BID US$ 100 mil (cerca de R$ 555 mil) para o projeto, que consiste em pesquisar redes de água tratada em 11 localidades específicas, englobando aproximadamente 320 mil ligações – a ação abrangerá 36% de toda a rede de água da Caesb e 50% das ligações.Tal tecnologia tem sido aplicada, em nível internacional, para o setor de saneamento desde 2015, em nível internacional.
A técnica, porém, não substituirá a usual e cotidiana pesquisa de vazamentos de água por meio de haste de escuta e geofone eletrônico pelas empresas de caça vazamento, aparelhos que permitem a localização de vazamentos não visíveis pelo método da acústica.
Identificação e resolução de problema
Para Leo Caprara, CEO da GLDS Geofones Digitais em geral, quando o vazamento é oculto, “uma pessoa leiga somente tomará conhecimento do vazamento por meio de uma conta de água alta, bolor, mofo ou manchas amareladas provocados pela umidade no ambiente”.
Nesses casos, prossegue, “é necessária a ajuda de um especialista em pesquisa de vazamento, mais conhecido como “profissional de caça vazamento” certificado e preparado com equipamentos de última geração como o geofone digital, câmeras termográficas, detectores infravermelho de umidade, hidrofone digital e traçadores químicos UV”.
O profissional pontua que a não identificação – e posterior correção – de vazamentos podem danificar pisos, azulejos, pintura das paredes e até mesmo chegar a comprometer toda a estrutura de um imóvel.
“É melhor, portanto, prevenir do que remediar”, afirma. “Para isso, faça o monitoramento e acompanhamento do consumo diário pelo hidrômetro, realize vistorias frequentes nos cômodos da casa, e em mangueiras, sifões e registros, nas torneiras, nos chuveiros, nas descargas, etc. Dessa forma, você evita o desperdício de água, contribui com o meio ambiente e seu bolso agradece”.
O profissional afirma que, quando pensamos em vazamentos, “vem à mente a imagem de um cano estourado ou de uma grande quantidade de água pela casa”. Porém, prossegue, os casos mais comuns são aqueles que não podemos identificar facilmente no dia a dia.“No geral, são trincas e rachaduras provocadas pela movimentação do solo, erros de instalação e projeto, oxidação e corrosão nas tubulações”, diz.
Além disso, “muitas vezes”, pontua Caprara, “em função da pressão da água, os vazamentos ocorrem nas juntas e conexões que são as partes mais sensíveis a esse fator”.
O CEO da GLDS Geofones Digitais também cita caixas d’água, piscinas, redes de esgoto, as caixas acopladas ou as válvulas de descarga nos vasos sanitários como “grandes vilões” de vazamentos invisíveis.
“Conferir o hidrômetro e fazer o acompanhamento diário do consumo também é uma boa idéia para verificar se há vazamentos de água: basta travar a bóia ou o registro da caixa d’água, fechar torneiras e registros: se o hidrômetro ainda girar, pode ser que haja vazamento de água”, conclui Caprara.
Para saber mais, basta acessar: https://vazamento.club/
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