Após chegada da evolução da tecnologia para internet móvel ao país neste mês, através da disponibilização do sinal 5G em Brasília, outras três cidades receberão o chamado “5G puro” até sexta-feira, 29: Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB) e Porto Alegre (RS). Até então, de uma maneira geral, somente o 5G DSS, uma versão mais limitada e com papel transitório entre as gerações da tecnologia, estava disponível para os usuários desde 2020.
A faixa de sinal principal, de 3,5 GHz, mais “limpa”, promete ganhos em relação às versões inferiores, como o 5G DSS e 4G, sendo capaz de entregar mais velocidade de download e upload de arquivos; melhora na estabilidade da conexão e resposta mais rápida. O 5G pode chegar a 10 vezes mais rápido que o 4G e a velocidade poderia ser sentida pelo usuário mesmo se a performance, na prática, não alcançar o seu máximo.
De acordo com o superintendente de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato Fonseca, o download sai de 1 gigabit por segundo e vai para 10 gigabits por segundo. “É um investimento que vai aumentar a produtividade da indústria e o padrão de vida das pessoas, seja para se divertir, para trabalhar e ser mais produtivo. É um investimento que vai gerar ganhos significativos no país”, destacou Renato. Segundo o último levantamento da CNI, se a cobertura 5G no país for realizada de maneira rápida, a estimativa é de que o impacto no PIB seja de 80 bilhões de reais, considerando cerca de 81% do território coberto com a tecnologia até 2030.
A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) divulgou hoje que São Paulo (SP) estava prevista para fazer parte da segunda fase de liberação do 5G, mas não cumpriu os requisitos necessários para começo das atividades. A previsão para que todas as capitais recebam o 5G é até setembro deste ano. A expectativa da ANATEL é de que todos os municípios abaixo de 500 mil habitantes comecem a receber a atualização a partir de 2023, ficando a tecnologia disponível em todas as cidades brasileiras até o final de 2029.
A melhoria na tecnologia está alinhada com o movimento de transformação digital que está ocorrendo gradualmente no país. De acordo com a CNI, conforme dado levantado na Sondagem Especial Indústria 4.0, 69% das indústrias fizeram uso de pelo menos uma tecnologia digital em 2021, representando 21% a mais que em 2016. Outra pesquisa que também buscou compreender a digitalização, a “Indústria 4.0 e a pandemia”, realizada pela FSBComunicação, apontou que 55% das empresas industriais ouvidas adotaram soluções tecnológicas desde o início da pandemia do Covid-19, sendo mais da metade delas, 52%, sistemas em nuvem.
Em um ambiente de competitividade, como o da indústria, poder trabalhar com tecnologias que apresentam a informação em tempo real e em qualquer lugar que o gestor ou colaborador estejam, pode ser determinante para o bom andamento dos processos. Sistemas de gestão ERP, dentre outras ferramentas para fábricas hospedadas em nuvem, apresentam dados atualizados sobre o estoque, produção ou financeiro no celular ou outro dispositivo da liderança, permitindo uma comunicação mais assertiva e decisão veloz. Dentro da empresa, em maioria, os dispositivos ficam conectados no Wi-Fi, outra tecnologia. Entretanto, a mobilidade é uma característica relevante no cotidiano atual. Nesse ponto, a evolução do sinal para o 5G puro pode potencializar a experiência com os sistemas em nuvem para quem está acessando a ferramenta via smartphone através da internet móvel. “Um software em nuvem necessita estar online para operar e, assim, disponibilizar dados atualizados”, ressaltou o diretor de infraestrutura de uma empresa de ERP e PCP industrial, Daniel Campos.
O especialista destacou que “na indústria, um atraso na informação pode significar perdas ou ganhos de toneladas, de milhares ou milhões. É com o celular que colaborador que está em tarefa externa ou o próprio líder se comunicam com a fábrica diariamente, então, evoluções que possam contribuir para ampliar a gestão no ambiente digital são bem-vindas”.
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