A atenção com o bem-estar evoluiu nas últimas décadas. O avanço da medicina e da tecnologia, aliado a uma conscientização crescente das pessoas sobre a importância de hábitos mais saudáveis, vêm atraindo novos adeptos à prática do autocuidado. E, se em mente sã, corpo são, os cuidados com a saúde emocional também ganharam seu espaço. Somada a este cenário, a pandemia jogou luz à importância de termos um olhar para a saúde integral, de forma que isso nos proteja e nos ajude a enfrentar momentos mais difíceis.
A pesquisa World Mental Health Day, publicada pela Ipsos em 2021, ilustra esta tendência. Segundo o levantamento, 75% dos brasileiros pensam muito ou consideravelmente sobre seu próprio bem-estar emocional, sendo os que mais se preocupam com o assunto entre os participantes dos 30 países entrevistados. Com relação à saúde física, não é diferente: 74% dos brasileiros dizem pensar no assunto, contra uma média mundial de 68%.
Neste contexto, a tecnologia tem se mostrado uma importante aliada. Acredito e tenho observado que a busca por inovação deva passar não apenas pela criação de soluções disruptivas. É importante, também, se pensar em novas possibilidades de uso para tecnologias já conhecidas, e na área de saúde temos muito espaço para isso.
Um exemplo desta evolução são os smartwatches. Antes vistos como uma espécie de extensão dos smartphones, estes dispositivos já permitem que os usuários tenham acesso a informações sobre sua saúde, podendo, assim, definir a melhor rotina de hábitos e exercícios de acordo com o seu perfil. Para se ter uma ideia, é possível realizar, com o uso do smartwatch, testes como eletrocardiograma 1, medir o nível de oxigenação do sangue, controlar a pressão arterial e medir a composição corporal2 – esta última disponibilizada pela primeira vez no Galaxy Watch4, da Samsung. Mas é interessante perceber que não é somente no uso individual que os smartwatches se destacam. Atualmente são desenvolvidos estudos e pesquisas que usam estes dispositivos como meio para se buscar caminhos alternativos para o tratamento de pacientes, na linha da prevenção e intervenção precoce.
Em junho, a Samsung anunciou parceria com o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor), para um projeto de pesquisa com foco no monitoramento remoto de pacientes que passaram por cirurgias cardíacas. A iniciativa irá analisar pessoas por meio do smartwatch Galaxy Watch4. Serão checados os sinais vitais como frequência cardíaca, pressão sanguínea, saturação de oxigênio, padrão do sono e eletrocardiograma.
Mais um exemplo é a parceria da Samsung com o Inova-HC. Neste estudo, são monitorados 80 pacientes voluntários em recuperação da Covid-19 ao longo de um ano, para acompanhamento de suas sequelas, incluindo o AVC (Acidente Vascular Cerebral). O projeto utiliza o Galaxy Watch4 para aferir e monitorar informações vitais, de oxigenação do sangue3, batimentos cardíacos, pressão arterial4 e de sono dos pacientes5. Após a conclusão desses projetos, existe a possibilidade de se replicar a solução tecnológica em outros ambientes do sistema brasileiro de saúde (SUS). E tanto no caso do InCor, como no do Inova-HC, todos os dados são coletados com autorização prévia dos pacientes.
São iniciativas como estas que mostram que a tecnologia pode atuar em várias frentes, inclusive em ações que beneficiam a sociedade como um todo. Para além do uso individual, projetos de pesquisa geram conhecimento e análises que certamente irão, no médio e longo prazo, impulsionar caminhos para o bem-estar coletivo. E isso é o que mais precisamos e desejamos.
*Por Luis Guilherme Selber, gerente de inovação da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung Brasil.