A segunda fase do Open Banking já está em andamento. A terceira etapa, que estava prevista para iniciar em 30 de agosto, foi adiada pelo Banco Central para 29 de outubro. Com o avanço da implementação e um pouco mais de tempo para se habituar à fase atual, é importante que os empresários entendam, de fato, como o novo processo pode impactar cada empresa.
Segundo estudo publicado em 2020 pela Juniper Research, a previsão é de que até o final deste ano o número de usuários do Open Banking no mundo chegue a 40 milhões, mais que o dobro do volume de dezembro de 2019, que era de 18 milhões. Atualmente, os principais modelos de Open Banking do mundo são os do Reino Unido e da Austrália, porém, diversos outros países também estão estudando iniciativas similares.
“Hoje, as pequenas e médias empresas têm pouca oferta de produtos e condições pouco atrativas pelo risco atribuído à falta de histórico financeiro e de crédito. Essa etapa é uma das principais para a mudança esperada para o Open Banking, já que teremos disponíveis mais informações sobre o perfil dessas companhias. Nessa fase, será possível avaliar quais necessidades de crédito, as taxas pagas em cartões, financiamentos e condições previstas”, explica Fernando Radunz, CIO do BS2.
A expectativa, segundo Radunz, é que essas empresas tenham mais opções financeiras e melhores condições nesses produtos, proporcionando mais crédito e taxas bancárias menores, por exemplo, impactando positivamente o dia a dia do negócio.
Alguns pontos são avaliados pelas instituições financeiras nesta etapa e podem impactar nas pequenas e médias empresas, entre eles:
1. Dados Cadastrais
Nesse ponto, são coletadas informações gerais, entre as quais, nome da empresa e endereço, além dos seus qualificadores, que são o faturamento, bens e direitos. Também é avaliado todo o quadro de representantes legais, como procuradores, quadro societário e outros.
2. Contas
Aqui, são compartilhados o histórico das contas da empresa junto à instituição bancária: quando foram criadas, seus padrões de tarifa, os limites de crédito, transações e saldos diários e médios da empresa.
3. Cartões de Crédito
Assim como ocorre com as contas correntes, todos os dados dos cartões de crédito são compartilhados: limite, transações, faturas e histórico de quitação. Dessa forma, será possível analisar o comportamento de pagamento, considerando, por exemplo, se foi feito integral ou teve uso de rotativo. Todos esses dados permitirão analisar como a empresa “lida” com o cartão de crédito.
4. Empréstimos
Aqui é avaliado o histórico do cliente em relação aos empréstimos contratados e as especificações de cada contrato (entrada, estrutura de parcelamento, taxas de juros e carência). Além disso, também é considerado o comportamento do cliente, conforme sua adimplência e seus níveis de risco, levando em conta seu relacionamento com as instituições financeiras.
5. Financiamentos
De modo semelhante aos empréstimos, nesta etapa há a verificação do histórico dos financiamentos solicitados, assim como garantias, parcelas e responsabilidade nos pagamentos.
6. Adiantamentos a depositantes
Análise se o cliente já teve acesso a adiantamentos a depositantes, ou seja, se já contou com auxílio da instituição bancária para realizar uma transação sem saldo ou se já usou o limite do cheque especial.
7. Direitos Creditórios
Nessa seção são analisados os créditos que uma companhia tem para receber, como parcelas de cartão de crédito, cheques e outros, identificando a capacidade e a saúde financeira da empresa.
Como participar do Open Banking
São muitas as maneiras de adesão ao Open Banking. Dentre elas, a empresa poderá acessar o site ou aplicativo da instituição bancária e autorizar o compartilhamento de dados, além de mencionar para qual banco as informações poderão ser enviadas. Todo o procedimento conta com a supervisão do Banco Central e da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
Website: https://www.bancobs2.com.br/