A cirurgia robótica é uma tecnologia já consolidada na medicina brasileira e está em crescimento. O uso da tecnologia aumentou 60% na comparação entre 2017 e 2018 de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Com a ajuda de uma plataforma altamente tecnológica, o robô que opera diretamente o paciente, auxilia os cirurgiões na execução de procedimentos de forma minimamente invasiva, trazendo vantagens não apenas aos próprios pacientes, mas também às equipes médicas.
Segundo o dr. Eduardo Duarte, gerente do Centro Cirúrgico do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), a tecnologia é composta por uma mesa de controle, chamada de “console”, e pelas pinças robóticas posicionadas próximas à mesa de operação. É considerada mais segura ao substituir a necessidade dos chamados “procedimentos abertos”, que necessitavam de uma exposição maior do paciente – e, consequentemente, oferecia mais riscos de complicações.
“As incisões feitas pelo robô na região a ser operada são muito pequenas, em torno de oito milímetros, o que reduz o impacto no corpo do paciente, a chance de formação de cicatrizes e o sangramento, que é comum em qualquer procedimento desse tipo. Isso auxilia na recuperação pós-cirúrgica e agiliza a alta hospitalar, então o paciente volta mais cedo para casa”, reforça Eduardo.
Eduardo explica que todos os movimentos cirúrgicos são feitos pelas pinças articuladas, que têm maior amplitude para se moverem, conseguem acessar áreas mais difíceis do corpo com mais facilidade e eliminam o tremor – mesmo que mínimo – das mãos humanas.
Além disso, o console permite que o cirurgião veja a área operada em 3D e alta definição, podendo ampliar a imagem na tela em até 15 vezes – o que facilita na identificação de estruturas pequenas ou em cirurgias mais delicadas, como em cirurgias bariátricas e urológicas e na retirada de tumor da próstata (prostatectomia), do aparelho ginecológico e do sistema digestivo.
“Um dos grandes benefícios da cirurgia robótica é que a tecnologia pode prevenir algumas sequelas comuns de ocorrerem quando a cirurgia é feita de forma tradicional, como a impotência sexual no caso da prostatectomia”, finaliza o médico.