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Carro elétrico no Brasil… um dia pode ser

por Paulo Fernandes Maciel

Veículos elétricos no Brasil emperram por alto custo e falta de política pública.

carro elétrico
O país não produz carro elétrico e 80% dos comercializados em território nacional utilizam tecnologia híbrida.
Os carros elétricos licenciados no Brasil em 2016 correspondiam a 0,18% do total, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico.

Foram 3.818 nesta modalidade, contra dois milhões de veículos novos no total;

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O país ainda não produz carros elétricos e cerca de 80% dos que são importados e comercializados em território nacional utilizam tenologia híbrida, ou seja, combinam motor a combustão com baterias elétricas.

Dos seis modelos importados, apenas um não é híbrido;

Um carro de marca Alemã com aparência de popular e preço de carro de luxo, a partir de R$ 170 mil.
Segundo a professora do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade de Campinas (Unicamp);

Flávia Consoni, há um consenso de que o segmento só avançará se houver políticas públicas de estímulo.
“As políticas públicas são essenciais para que tecnologias que são de ruptura e que encontram resistências iniciais possam ser fortalecidas e apoiadas.

O caso dos veículos elétricos é um exemplo.

Eles estão disputando mercado com os veículos a combustão interna, que são majoritariamente dominantes”, afirmou.
Ela considera que faltam estímulos, embora o país tenha algumas iniciativas pontuais;

Como a Resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) 97/2015;

Que reduziu a alíquota do imposto de importação desse tipo de veículo.
Em outros países, foram criadas linhas de financiamento exclusivas para aquisição de carros elétricos com juros diferenciados;

Os carros receberam isenção de taxas de estacionamentos e pedágios;

Ou ainda permissão para trafegarem em áreas restritas para veículos coletivos, segundo Flávia.
“No caso brasileiro, não há uma clara sinalização de política pública que estimule este mercado, com a quase completa ausência de instrumentos de promoção e de estímulo à P&D [pesquisa e desenvolvimento] e à produção e comercialização dos veículos elétricos no país”;

Diz a professora.

 
Fomento à mobilidade elétrica
O governo federal trabalha com a perspectiva de o Brasil chegar à convivência de diferentes trajetórias de motorização automotiva, dentre elas a elétrica.

Em janeiro deste ano, teve início o Programa Brasil Alemanha de Fomento à Mobilidade Elétrica;

Em que os dois países pretendem criar, em 4 anos;

Um plano para incentivar e normatizar a mobilidade elétrica no país.
“O foco de atuação será o transporte coletivo urbano e o transporte de cargas ponto-a-ponto, porque nesses grandes centros urbanos onde circulam esses veículos é onde você tem um alto potencial de redução das externalidades negativas relacionadas tanto a emissões quanto a poluição sonora”;

Explica a diretora do Departamento das Indústrias para a Mobilidade e Logística do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Margarete Gandini.
O ambiente institucional favorável e com menos incertezas favorece que a eletrificação dos ônibus ocorra antes dos demais veículos;

No entendimento da professora da Unicamp.
Entre os desafios para a implantação do carro elétrico no país, a professora Flávia Consoni destaca, além do custo,;

A questão da sua autonomia, que ficou conhecido como range anxiety, ou o temor do motorista de, na ausência de eletropostos;

Ficar impedido de concluir sua viagem por falta de bateria.

Também precisariam ser analisados os impactos ambientais e financeiros do descarte ou reciclagem da bateria de carro elétrico.

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