BitliCense é o nome do plano que está em discussão em Nova Iorque para tornar o bitcoin regulado e, caso seja aprovado, tornará a cidade a primeira no mundo a ter uma legislação para a moeda digital. O assunto está fervilhando nos Estados Unidos, já que o documento deverá ser aplicável a todas as empresas que armazenam, controlam, compram, vendem ou transferem em bitcoins. Este dispositivo ajudará a proteger os ativos de clientes contra a ação de hackers e a prevenir o uso da moeda em atividades ilícitas através, por exemplo, da exigência de registro de todas as transações e monitoramento daquelas que movimentam o equivalente a 10 mil dólares.
Um sinal claro da relevância que a moeda tem naquele País é justamente a sua adoção como forma de pagamento por marcas grandes como a Dell. Em caráter de teste, o site da empresa nos Estados Unidos passou a comercializar recentemente produtos em bitcoins. O fato tomou proporção mundial com matérias em diversos sites e portais de tecnologia, haja vista que se trata da terceira maior vendedora de PCs no mundo, a qual movimenta anualmente $53,9 bilhões em vendas e mantém mais de 100 mil funcionários em vários países.
No site da empresa é possível ler uma nota dizendo que pagamentos em bitcoins podem ser feitos facilmente a partir de qualquer lugar do mundo e oferecem custos de processamento reduzidos. Laura Thomas, responsável pela comunicação corporativa da Dell nos Estados Unidos, se pronunciou afirmando que é possível ter controle completo sobre o bitcoin, pois ele não está vinculado a nenhuma instituição financeira, não pode ser congelado e carrega taxas de transação mais baixas do que a maioria dos cartões de crédito.
Flavio Pripas, CEO da Bitinvest, complementa a opinião da executiva: “O bitcoin pode auxiliar grandes empresas a lucrarem mais com uma forma de pagamento segura, transparente e de baixo custo, fator que estimula até mesmo o consumidor mais cauteloso”, avalia Pripas.
Outras empresas como a Overstock.com, e-commerce de móveis e decoração doméstica também se renderam às facilidades da nova economia bitcoin na terra do Tio Sam. Na mesma direção seguiu o Tigerdirect.com, cujo foco é o comércio online de eletrônicos com US$1 bilhão já movimentados em 2012, ao também aceitar pagamentos na moeda digital desde o início deste ano. A partir de cifras grandes como estas é possível perceber o impacto do advento do bitcoin dentro da economia tradicional, provocando um verdadeiro efeito dominó entre as empresas estrangeiras que já perceberam as vantagens, citadas pela própria porta-voz da Dell, em adotá-lo. “A mudança de uma economia tradicional para a economia bitcoin já é uma realidade pontuada pela regulação da moeda nos Estados Unidos e sua adoação por grandes marcas.
É um fenômeno crescente e muitas novidades devem vir num futuro muito próximo, já que mais do que uma moeda, o bitcoin é um ativo que vai revolucionar a forma como as transações financeiras são feitas digitalmente no mundo e entre países”, avalia Pripas.