Educadores de todo o País passaram por dois anos de ensino em circunstâncias difíceis: ensinaram 100% online, no modo híbrido, com isolamento alternado e, pouco a pouco, voltaram às aulas presenciais.
“Além da modalidade à qual tiveram que se adaptar para dar continuidade à aprendizagem, o esgotamento surge como sensação recorrente entre os professores, o que é percebido com maior intensidade em relação aos outros anos letivos. Então, a questão é como motivar os educadores a alcançar seu bem-estar e metas até o final do ano, e como os encorajamos para o ano letivo de 2022, que será mais longo do que o habitual?”, comenta Natalia Tieso, Mestre em Educação, Chefe de Desenvolvimento para a América Latina do Bacharelado Internacional (IB).
Geralmente, entre novembro e início de dezembro, os educadores estão fechando o ano letivo, de acordo com os resultados das avaliações finais dos alunos. E o professor tem sido o ator do ecossistema educacional submetido a mais demandas e que superou o desafio de “estar presente”.
“É assim que os educadores têm mostrado, dia após dia, que para ensinar em qualquer uma de suas formas era essencial oferecer sua melhor versão, quando as demandas dos gestores, famílias e dos próprios alunos deveriam ser atendidas, uma vez que muitas vezes davam aulas de sua cozinha enquanto seus próprios filhos tinham aulas na sala de jantar”, destaca Natalia.
No retorno à aprendizagem presencial, os professores tornaram-se especialistas em delimitar os espaços de 1,50 metros de distanciamento físico, falar e respirar com uma máscara, enquanto recitavam repetidamente “não se esqueçam de lavar as mãos e usar álcool em gel!”
É inegável que a pandemia conseguiu colocar a educação no centro das conversas de muitos novos interlocutores e noticiários cotidianos expressam a importância de evitar a perda de aprendizado, melhorar a qualidade educacional, respeitar as necessidades e ritmos individuais dos alunos e priorizar a avaliação formativa.
De acordo com Natalia, algumas práticas podem ser utilizadas no planejamento do próximo ano. “Ao fechar o ano letivo de 2021, será o momento ideal dos educadores se planejarem para que se sintam fortalecidos e com maior bem-estar. Em tempos de ansiedade e incerteza, a prática de meditação e da atenção plena permite alcançar o benefício de acalmar a mente. Através de meditações e exercícios para respirar conscientemente, é possível lembrar que o “aqui e agora” é a coisa mais importante que se tem”, explica. “As neurociências têm mostrado que é necessário ter sonhos e objetivos para alcançar a motivação. As visualizações de objetivos e frases motivadoras repetidas na mente são essenciais, já que a comunicação com o cérebro cria o movimento”, completa.
Existem muitos recursos, até gratuitos, que podem ser usados para alcançar a automotivação em tempos de exaustão. Alguns são:
– Podcasts
– Vídeos
– Livros e audiobooks
“Uma famosa frase de Winston Churchill diz que ‘um pessimista vê dificuldade em todas as oportunidades, e um otimista vê uma oportunidade em todas as dificuldades’. Os educadores terminarão o ano com a possibilidade de analisar todas as grandes oportunidades que estão por vir, tendo passado por uma educação que marcará a história da humanidade. Os alunos terão (e precisarão) de otimismo e, por sua vez, os professores exigirão uma atitude positiva para continuar se inspirando. É assim que todos poderão escolher qual atitude tomar diante dos desafios que o campo educacional propõe. O otimismo será, sem dúvida, o caminho para o próprio bem-estar como o fim desses dois anos atípicos e como o início de um novo ano letivo diferente”, finaliza a especialista.