Um levantamento realizado pela H2R Pesquisas Avançadas, denominado Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de logística, mostrou que apesar de 92% dos varejistas brasileiros possuírem um setor voltado à gestão de armazenagem, apenas 38% investem em um sistema de gestão para essa área da empresa. O estudo revelou que o investimento em tecnologia para integrar a logística e o estoque ainda é baixo no Brasil.
A pesquisa mostrou ainda que também é baixa a adoção de tecnologias voltadas à gestão de transporte. Apenas 20% dos entrevistados possuem sistema de gestão de transporte (TMS), apesar de 76% das empresas entrevistadas possuírem um setor voltado para essa área.
Apesar desses dados desfavoráveis, a pesquisa indicou que muitos varejistas, entretanto, adotam soluções voltadas para a otimização e roteirização logística (44%) e integração de rastreamento de produtos (39%), ainda que esses dois resultados estejam abaixo da média de outros setores pesquisados, de 70% e 47%, respectivamente.
Para micros e pequenas empresas (MPEs), o investimento em tecnologias para gestão de estoques e todo processo de logístico ainda é um desafio. Isso porque, no que se refere a investimento em tecnologia, quase 30% dos pequenos negócios ainda não entraram no mercado digital, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae e Fundação Getulio Vargas (FGV). Isso significa que as empresas ainda não utilizam, por exemplo, ferramentas básicas como sites, aplicativos de venda e redes sociais.
Com quase 15 anos de experiência em Logística e Gestão de Estoque, o especialista em Supply Chain Rafael Vaz Mannrich afirma que a organização dos processos de gerenciamento do estoque de uma empresa pode começar “pequeno” e ir aumentando conforme o negócio for crescendo. Ele explica que uma opção que pode ajudar os pequenos empresários é apostar na metodologia PPP ou 3Ps: pessoas, produtos e processos.
“Aplico esse modelo por ele ser simples de entender e abordar os três principais pilares da gestão. O primeiro P, de pessoas, vem na frente porque são elas que executam os processos e vivenciam os problemas do dia a dia. Uma equipe bem treinada, sem sobrecargas e com liberdade para criar soluções sempre trará ótimos resultados”, detalha.
Sobre o segundo P, de produtos, Mannrich explica que não se trata apenas das mercadorias vendidas, mas de tudo que faz parte da produção, como sistemas de informação, celulares, coletores, carrinhos, prateleiras e a própria estrutura física da área reservada ao estoque.
“Por fim, tem os processos, em que não importa quanto tempo a empresa opere ou quão madura a operação está, sempre haverá oportunidades de melhoria”, acrescenta.
Segundo o profissional, o entendimento dessa metodologia ajudará o gestor a garantir uma gestão de estoque que atenda às necessidades da empresa. “Gestão de estoques é um processo em constante evolução. Desde uma operação pequena até nas maiores, a conformidade e o acerto do estoque dependem das pessoas e dos produtos. E é um processo que, quando bem aplicado e bem gerenciado, alcançará a acuracidade que para muitos profissionais pode parecer impossível”, diz.
Gerenciamento de estoques requer processos e ferramentas adequadas, lembra especialista
Rafael Mannrich acrescenta que existem algumas ferramentas de controle e rotinas que podem ajudar no gerenciamento do estoque, como o gerenciamento de rotina, o acompanhamento de movimentações e fluxo de mercadorias, inventários cíclicos frequentes e com metodologia adequada para escolha de itens, além de controle de validades e quebras.
“É necessário ter domínio de tudo o que se passa, com boas ferramentas de acompanhamento e controle. As pessoas certas e capacitadas, com os produtos bem dimensionados e processos bem alinhados são o ponto de partida para alcançar o sucesso na gestão de estoques”, conclui.
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