A cada ano que passa, um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo não é consumido pela população, sendo perdido em alguma etapa da cadeia de produção ou desperdiçado no elo final, em restaurantes e residências, de acordo com dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Tal desperdício representa cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que não são aproveitados – o que equivale a, aproximadamente, US$ 1 trilhão (ou cerca de R$ 5,15 trilhões).
De acordo com especialistas, há uma questão estrutural que pode impactar, no cenário brasileiro, nesta questão: pesquisadores da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a relação entre a capacidade de armazenamento de grãos deficitária no país, a distribuição espacial da rede nacional de armazéns imperfeita e a reduzida armazenagem em nível de fazenda pode impactar a questão da produção de alimentos e seu desperdício na cadeia produtiva.
Segundo estudo do órgão, considerando-se a produção média de cerca de 225 milhões de toneladas de grãos no país e a capacidade estática de armazenamento de cerca de 162 milhões de toneladas, verifica-se um déficit de capacidade de armazenagem de cerca de 63 milhões de toneladas – ou seja, há, no Brasil, silos e armazéns para 72% da produção anual de grãos, ao passo que a recomendação internacional é de 120%.
Nesse sentido, o acúmulo de materiais nestes depósitos pode ocasionar a contaminação de alimentos, com o consequente desperdício destes produtos. Para Morgan Quarry, Parceiro Internacional da Casa das Válvulas, empresa que atua com a distribuição de válvulas industriais, conexões e equipamentos hidráulicos no mercado nacional, há alguns motivos que podem ocasionar o ajuntamento e a consequente contaminação de alimentos.
“Existem alimentos, por exemplo, que são coesivos por natureza e isto pode ocorrer por excesso de umidade, gordura, óleo ou teor de proteína”, diz ele, ressaltando que o acúmulo destes produtos pode propiciar o surgimento de microtoxinas, metabólitos tóxicos secundários produzidos por fungos filamentosos (que crescem e se proliferam bem em grãos quando em condições ideais de temperatura, umidade e presença de oxigênio) – tais substâncias são potenciais contaminantes de produtos agrícolas.
“O tamanho das partículas, bem como a forma, além disso, também podem influenciar o fluxo do material”, diz o profissional, pontuando outra causa de acúmulo de materiais.
A utilização de equipamentos como o Air Sweep, um auxiliar de fluxo pneumático que utiliza pulsos de ar para o escoamento dos materiais ajuntados em silos, nesse sentido, é uma opção para evitar que o acúmulo de alimentos possa resultar em casos de contaminação.
“O Air Sweep promove o fluxo de massa do material, garantindo que os produtos que primeiro entrem no silo também sejam aqueles que primeiro saiam”, afirma. “Trata-se de um sistema, além disso, bastante confiável para a instalação inicial de silos, bem como para o retrofit em vasos e projetos problemáticos existentes”, conclui.
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