O mercado acionário brasileiro apresenta inúmeras possibilidades – são empresas de diferentes portes e segmentos, fundos mais ou menos arriscados, opções de papéis rentáveis no curto, médio e longo prazo – entre tantas outras opções que podem deixar o investidor em dúvida. Somado a isso, temos um momento econômico instável no País, de crescimento abaixo do esperado. Todos esses fatos resultam em um cenário volátil na Bolsa de Valores, que pode impactar negativamente o preço das ações e a rentabilidade dos que nelas investem.
Diante disso, o investidor tem um grande desafio – identificar quais empresas apresentam melhores oportunidades de retorno versus riscos. Concordo que essa não é uma tarefa fácil, mas, se fizermos uma análise detalhada, vamos perceber alguns bons caminhos, sendo que, dentre eles, as companhias de tecnologia se destacam.
Por quê? Aqui posso listar uma série de razões, a começar pelo fato de que ninguém – seja pessoa física ou jurídica – vive sem tecnologia. Isso já garante alguns grandes diferenciais para essas companhias, como contratos duradouros e receita recorrente, ou seja, uma maior garantia de estabilidade. Mesmo porque, até em épocas de crise, os clientes continuarão demandando por tecnologia para seguir com suas operações, logo, a receita das empresas que oferecem essas soluções pode até sofrer alguma baixa, mas resistirá. Já em um cenário positivo de crescimento, a tecnologia também se posiciona como fundamental para que as corporações gerenciem o aumento de clientes, controlem pedidos, produção e entrega, gerenciem processos, entre outros.
Com isso, quero dizer que sim, estamos diante de um momento desafiador, isso é fato. Porém, percebemos que, na contramão dessa realidade, o futuro das companhias de tecnologia pode ser animador. Afirmo isso por, principalmente, três grandes questões: suas soluções são fundamentais para a operação de seus clientes; o autoconhecimento do negócio que somente a tecnologia proporciona pode ser fundamental para enfrentar períodos de instabilidade econômica; e, por último, essas empresas estão inseridas em um cenário de grande inovação, que traz incontáveis oportunidades, como a evolução do Cloud Computing, das soluções As a Service, Big Data e tantos outros conceitos que estão reinventando a forma de fazer negócios. O mundo é digital, os consumidores são digitais, transitar bem por esse ambiente é crucial para todas as corporações e, só com tecnologia isso será possível.
2015 não será um ano fácil para a nossa economia, o que poderá fazer com que as ações se mantenham instáveis ou em queda. Mas, até em um cenário adverso como este, investir em empresas de tecnologia pode ser estratégico. Afinal, quando superarmos esse desafio – e, não tenho dúvidas, superaremos rapidamente – a precificação deve acontecer e, seguindo a lógica do mercado financeiro, ganhará mais quem mais apostou no momento da baixa. Se as companhias de tecnologia já se destacam em cenários adversos, imaginem só quando a economia respirar mais aliviada. Portanto investidores, podemos estar diante de uma grande oportunidade.
Marcos Andreetto Perillo é vice-presidente Administrativo Financeiro e de Relações com Investidores da Bematech