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Nota de crédito brasileira é rebaixada

por Agência Canal Veiculação

Contaminada por clima eleitoral, S&P rebaixa nota de crédito brasileira: A agência de classificação de risco Standard & Poor´s anunciou na noite de ontem sua decisão de rebaixar a classificação de crédito do Brasil, passando de BBB com viés negativo para BBB- sem viés (estável). Mesmo com o rebaixamento, o Brasil ainda é considerado “grau de investimento” pela agência, que apenas no caso de um novo rebaixamento de classificação alterará o atual status do país. A perspectiva estável garante que não haverá alteração na classificação de risco do país ao menos até o próximo ano. A decisão de rebaixamento da nota se deveu, segundo a agência, à “deterioração fiscal” recente verificada na economia brasileira, que inclui o aumento do déficit público e a perda de credibilidade do governo no campo fiscal. Em nota, o Banco Central brasileiro respondeu à agência afirmando que o Brasil tem reagido de forma robusta aos desafios impostos pelo novo quadro internacional e que o país se encontra bem posicionado nesta nova fase de normalização das condições financeiras globais, independentemente da avaliação da Standard and Poor´s. Além disso, a nota do BC ressalta a entrada de grandes fluxos de capital estrangeiro no país, que refletem em grande parte o sucesso das políticas em curso.

Comentário: A decisão da S&P pegou parte dos analistas e do governo de surpresa, dados os rigorosos compromissos assumidos pela fazenda na área fiscal e o início de ano animador do ponto de vista da atividade. Fica evidente que a decisão da agência internacional de classificação de risco tem um componente político claro, pressionando o novo governo (seja ele qual for) a cumprir rigorosamente compromissos fiscais de corte nos gastos públicos. Mais que isso, parece haver um componente eleitoral na análise da agência, que repercute as visões mais propaladas por economistas conservadores e oposicionistas como forma de minar os argumentos econômicos do governo Dilma. Da mesma forma que o mercado financeiro “pressiona” o Banco Central através da ameaça de descontrole das expectativas inflacionárias, a S&P chantageia o governo brasileiro com a ameaça de perda do grau de investimento caso o governo não siga a cartilha determinada pela agência e pelo mercado financeiro. Mais que isso, ambas as atitudes refletem uma profunda incompreensão da realidade econômica do Brasil, misturada a um desejo irrefreável de mudança no governo nacional nas eleições vindouras. Apesar de tudo, não se pode desconsiderar a ameaça representada pelas decisões destas agências, que podem ser capazes de criar grande instabilidade no mercado financeiro nacional, mesmo que plenamente desacreditadas diante das seguidas fraudes e farsas desveladas ao longo das investigações sobre a crise de 2007/2008.

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