O salário não sobra para nada no fim do mês. Renegociações de fatura de cartão de crédito são frequentes. Boletos e mais boletos para pagar. Empréstimos sendo solicitados frequentemente.
Esta é uma realidade comum para muitas pessoas. Mas é possível mudar este cenário e melhorar a gestão do dinheiro, pensando em investimentos a longo prazo para assegurar uma vida mais sensata no presente e confortável no futuro.
Conforme análise de Danielle C. Silva, Servidora Pública do Estado do rio Grande do Sul e Diretora-Presidente da RS-Prev, algumas reflexões precisam ser feitas desde a infância, visando à educação financeira e previdenciária capaz de formar perfis econômicos mais assertivos.
Com base nisso, a especialista elenca algumas dicas:
1. De berço. Crianças que vêm de famílias onde educação financeira é um assunto que se conversa em casa são criadas com um diferencial que vai impactar favoravelmente suas trajetórias. Desde os primeiros anos de vida, é importante que a criança veja o dinheiro como algo verdadeiramente importante.
“Comigo foi assim. Ainda na infância, desejosa por uma Barbie, ganhava apenas as bonecas Susi, pois eram de preço inferior e, com isso, ia sendo ensinada que, com a economia na compra, mais poderia sobrar para quando precisássemos para algo muito mais importante na família”, relembra Danielle.
2. Poupar com foco em objetivos maiores. Uma criança precisa aprender a procurar o menor preço, sendo instruída que assim estará poupando para algo que deseje ou precise. Por exemplo: economizar no supermercado pode ajudar a realizar o sonho de férias na praia.
3. Renúncia e recompensa. Até mesmo a imaginária fada dos dentes pode ser um artifício para ensinar educação financeira: quando a criança perde um dente de leite e os pais deixam dinheiro sob o travesseiro, alegando ser a fada, isso pode ser usado como viés para guardar cédulas e moedas, engordando o cofrinho que, no futuro, poderá ser quebrado para comprar um brinquedo bacana. Muito mais educativo e efetivo do que gastar o dinheiro assim que encontrado com coisas frugais, como doces. Conforme Danielle, é desde cedo que se deve aprender que o futuro confortável depende sempre de uma renúncia atual.
4. Finanças não são matemática, e sim comportamento. O foco no consumo, que gradativamente se automatizou no cotidiano da sociedade, ao menos até a chegada da pandemia trazida pelo Coronavírus, gera, muitas vezes, comportamentos errôneos, como a compra de algo que não é necessário ou que poderia ser facilmente ser substituído por outro item que a pessoa já possua. Estes gastos supérfluos e dispensáveis podem acabar impedindo investimentos mais relevantes em qualidade de vida, como, por exemplo, a aquisição de um plano de saúde ou uma reserva para garantir segurança financeira frente a imprevistos, como uma demissão.
“Finanças são o comportamento diário de pensar e refletir que aquilo que fazemos hoje é o resultado do amanhã”, avalia a Diretora-Presidente.
5. Pensar além. A especialista é taxativa: quanto mais cedo se começar a poupar, maior será a reserva financeira no futuro. E isso inclui pensar na aposentadoria, qualificando gastos de forma a investir em um plano de previdência capaz de garantir uma vida confortável, com ganhos em linha com a receita dos anos trabalhados, no futuro.
“Um plano de previdência complementar é uma boa forma de fazer isto. Poupar se tornou uma imposição: mudar hábitos agora fará com que o futuro, a aposentadoria, agradeça”, finaliza Danielle.