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Do sofrimento à expressão: por que Van Gogh é atual no Enem 2025

por admin

A vida e a obra de Vincent van Gogh ultrapassaram os limites da História da Arte para se tornarem símbolo de autenticidade, sofrimento e resiliência criativa. Morto aos 37 anos e praticamente ignorado em vida, o pintor holandês é hoje considerado um dos maiores artistas da história — reconhecimento póstumo que ecoa com força nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2025), especialmente nas questões de Linguagens e na redação.

Segundo professores que acompanham o exame, a trajetória de Van Gogh serve de repertório para temas como saúde mental, liberdade de expressão, invisibilidade social e o papel da arte como caminho de autoconhecimento. “Van Gogh sofreu muito com o preconceito à sua visão artística, pouco compreendida em sua época. Ele enfrentou dificuldades financeiras, crises emocionais e solidão profunda. Ainda assim, produziu obras que expressavam sua visão única do mundo”, afirma Rodrigo Wieler, professor do Curso e Colégio Positivo, de Curitiba (PR). Para ele, a figura do artista é um exemplo de “alguém que acreditou no seu próprio valor, mesmo diante da rejeição”.

A autenticidade que marca o estilo de Van Gogh, com pinceladas intensas, cores vibrantes e temas cotidianos carregados de emoção, revela também uma forma de resistência subjetiva e criativa. A professora Gabriella Bracisievski, do Colégio Estadual Jorge Queiroz Netto, de Piraí do Sul (PR), destaca a potência da arte como instrumento de expressão pessoal. “Em tempos de tanta comparação e cobrança, Van Gogh mostra que o valor de uma obra está, muitas vezes, em sua verdade íntima. É uma referência importante para jovens que vivem sob a pressão do desempenho”, observa.

Tragédia pessoal, autenticidade estética e legado emocional aproximam pintor holandês de dilemas da juventude atual está no Enem 2025

Obras como Noite EstreladaOs Girassóis e Quarto em Arles evidenciam tanto domínio técnico quanto batalha silenciosa do artista contra os transtornos mentais. Internado em clínicas psiquiátricas e marcado por episódios de automutilação, Van Gogh encontrou na arte uma forma de lidar com a dor. “Hoje, falar sobre saúde mental é urgente — e o Enem 2025 sabe disso.

A trajetória de Van Gogh pode ser um repertório legítimo em temas que tratem de sofrimento emocional, empatia e superação”, analisa Livia Keiko Nagao, professora do Colégio Positivo – Master, de Ponta Grossa (PR).

Apesar de haver documentado a venda de apenas um quadro em vida (The Red Vineyard, 1888), Van Gogh deixou mais de 2 mil obras — a maioria delas hoje considerada parte fundamental do patrimônio artístico da humanidade. O artista é frequentemente lembrado em redações sobre reconhecimento tardio, invisibilidade artística, ou sobre a dificuldade de validar ideias inovadoras em sociedades conservadoras.

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Segundo Mabel Borges, mestre em História da Arte e professora do Colégio Donaduzzi, de Toledo (PR), o legado mais profundo de Van Gogh está na forma como a vida do artista ressignifica os olhares sociais sobre saúde mental e subjetividade. “Mesmo sem reconhecimento em vida e enfrentando severos transtornos psíquicos, ele transformou suas obsessões e visões em uma produção intensamente criativa, rompendo com os padrões da época e abrindo caminho para uma arte mais íntima e emocional”, ressalta.

Mabel compara essa potência à da artista japonesa Yayoi Kusama, que também enfrenta desafios emocionais e desenvolveu uma obra singular reconhecida ainda em vida. De acordo com a professora do Colégio Donaduzzi, a figura de Van Gogh oferece uma lição valiosa para os jovens que enfrentam a pressão por desempenho e aprovação em exames como o Enem: “criar a partir da própria verdade pode ser doloroso, mas também profundamente transformador”, conclui.

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Produção intensa em pouco tempo

Vincent van Gogh nasceu em 1853, na Holanda, e morreu em 1890, aos 37 anos. Em apenas uma década, produziu cerca de 2.100 obras — entre pinturas, desenhos e esboços — resultado de uma urgência criativa fortemente influenciada por seus estados emocionais. Essa intensidade revela como a arte pode funcionar como válvula de escape e canal de expressão, especialmente em contextos de sofrimento psíquico. É repertório relevante para discutir produtividade, saúde mental e expressão subjetiva.

  1. Reconhecimento póstumo e invisibilidade em vida
    Em vida, Van Gogh vendeu apenas uma obra de forma comprovada: A Vinha Encarnada (1890), por 400 francos — o que hoje equivaleria a cerca de R$ 350 mil. Ainda assim, era um valor modesto, comparável a poucos meses de despesas básicas. Hoje, suas pinturas ultrapassam os R$ 400 milhões em leilões internacionais. Esse abismo simbólico e financeiro entre valor em vida e após a morte é potente argumento sobre reconhecimento tardio, exclusão simbólica, desigualdade de oportunidades e desvalorização de vozes não normativas.
  2. Trajetória não linear e autônoma na arte
    Van Gogh teve uma formação artística irregular e passou por várias ocupações antes de se dedicar à pintura: foi pastor, vendedor de arte e professor. Aprendeu técnicas por conta própria e frequentou escolas de arte por pouco tempo. Sua história mostra que educações alternativas, autodidatismo e trajetórias fora do padrão podem gerar contribuições significativas, desafiando noções tradicionais de sucesso e talento.
  3. Apoio afetivo e material do irmão Theo
    Grande parte da produção de Van Gogh só foi possível graças ao apoio material e emocional do irmão Theo, com quem trocou mais de 700 cartas. Essa relação é uma das mais bem documentadas da história da arte e revela o papel vital das redes de apoio na preservação da saúde mental e no incentivo à criatividade. Esse ponto pode embasar reflexões sobre afetividade, empatia e interdependência emocional em tempos de individualismo e competição.
  4. Saúde mental como força criadora
    Van Gogh enfrentou transtornos psíquicos hoje atribuídos a quadros de bipolaridade, depressão e epilepsia. Longe de paralisá-lo, sua condição foi motor para uma produção intensa e emocionalmente carregada. Seu exemplo confronta o estigma de que pessoas com sofrimento mental são incapazes de produzir ou inovar, servindo como repertório legítimo em discussões sobre neurodiversidade, inclusão e superação de estigmas.
  5. Crises emocionais e automutilação
    O episódio em que Van Gogh cortou parte da própria orelha, em 1888, é um marco simbólico de sua fragilidade emocional. O gesto extremo, muitas vezes banalizado, é hoje entendido como manifestação de dor psíquica intensa. Ele foi internado em instituições psiquiátricas, mas continuou a criar. Esse dado pode ser explorado em temas sobre sofrimento invisível, limites da sanidade e a romantização da dor na arte.
  6. Arte como forma de enfrentamento
    Mesmo internado, Van Gogh produziu obras como Noite Estrelada, considerada uma das maiores expressões visuais da luta contra a angústia. A pintura representa o caos interno através do céu em movimento e revela uma tentativa de organizar o emocional pelo estético. Serve como repertório em temas que envolvam resiliência, terapia pela arte, elaboração simbólica da dor e criação como cura.
  7. Estilo revolucionário e ruptura estética
    Com pinceladas viscerais, cores vibrantes e composições em movimento, Van Gogh rompeu com os padrões da arte acadêmica do século XIX e antecipou os caminhos do expressionismo e do fauvismo. Sua estética foi ridicularizada por críticos contemporâneos, o que reforça sua condição de vanguarda incompreendida. Essa ruptura pode ser articulada em redações sobre inovação, resistência cultural, liberdade de expressão e padrões normativos de beleza.
  8. Retratos da subjetividade
    Obras como Campo de Trigo com Corvos ou Quarto em Arles não apenas representam lugares, mas estados emocionais. Van Gogh inaugura uma arte voltada para o íntimo, em que o real é distorcido pela emoção. Essa subjetividade plástica aproxima a arte da psicologia e permite discutir temas como identidade, introspecção, alteridade e sensibilidade artística.
  9. Legado transformadorHoje, Van Gogh é referência mundial e figura recorrente em livros didáticos, museus e provas como o Enem e vestibulares. Sua trajetória é símbolo de resistência criativa, de superação do sofrimento e de validação da diferença. Representa um convite à empatia e à escuta das subjetividades silenciadas. Por isso, sua obra é ferramenta poderosa para abordar temas ligados a valores humanos, ética, inclusão, liberdade de criação e memória cultural.
  10. Fonte: Professores do Curso e Colégio Positivo, Colégio Semeador, Passo Certo Bilingual School, Vila Olímpia Bilingual School, Colégio Donaduzzi.

Fonte: https://www.centralpress.com.br/

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