Entre os finalistas da 10ª edição do programa global de cidadania corporativa da Samsung, o protótipo já está ajudando estudantes hipersensíveis ao som
Um grupo de três alunas da escola Escola Estadual Angelo Scarabucci, em Franca (SP), está concorrendo à 10ª edição do Solve For Tomorrow Brasil, com um protótipo para controlar o nível de ruído em sala de aula, a fim de contribuir com o desenvolvido acadêmico de estudantes com transtorno do espectro autista (TEA). A equipe criou um dispositivo visual que é acionado quando o volume do barulho alcança 85 decibéis, alertando a turma para que diminua o ruído, e o inscreveu no Solve For Tomorrow Brasil, programa de cidadania corporativa da Samsung que é conhecido por estimular alunos e professores do ensino público a criarem soluções para demandas reais da sociedade utilizando a abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
A ideia surgiu na disciplina eletiva da escola, em que os alunos são incentivados a pensar em situações problema para a criação de soluções por meio de projetos em iniciação científica. Em um dos encontros mensais com os professores orientadores de cada turma, uma das questões problemáticas foi o excesso de barulho, que compromete o processo de aprendizagem dos alunos. Sabendo disso, as três estudantes responsáveis pelo projeto também levantaram os impactos dessa problemática para os alunos com autismo e hipersensibilidade sonora.
“Trata-se de um projeto voltado à saúde e à diversidade, pois estamos falando de uma iniciativa que envolveu toda a movimentação da turma para identificar e atender às necessidades individuais dos alunos com autismo e sensibilidade auditiva. Eles têm empatia pelo outro e se solidarizam, ao ponto de criar um dispositivo visual que é aplicado em sala de aula”, afirma Henrique Pereira, professor de biologia e orientador da equipe. “Fizemos testes que duraram cerca de seis semanas e registramos uma redução de 35% no ruído da sala em que o dispositivo foi instalado. Agora a ideia é expandir para outras salas”.
“O projeto desenvolvido pelos alunos de Franca está diretamente relacionado à saúde, mas também a questões sociais, como integração e diversidade em ambiente escolar. Essa é uma iniciativa que nos inspira e comove, pois mostra como a inovação e a educação, atreladas à empatia, podem gerar mudanças tão positivas e significativas na vida das pessoas”, afirma Anna Karina Pinto, diretora de Marketing Corporativo da Samsung Brasil. “Esse é um ótimo exemplo de projeto que atende aos objetivos do Solve For Tomorrow, que busca desenvolver as habilidades dos estudantes ao mesmo tempo em que promove mudanças positivas no mundo”.
“O trabalho com projetos na escola, como é proposto pelo Solve for Tomorrow, incentiva um olhar atento para o território, para as pessoas que nele convivem. Isso envolve questões como diversidade, equidade e bem-estar”, acrescenta Beatriz Cortese, Diretora Executiva do Cenpec, organização responsável pela coordenação geral do programa no Brasil. “Nessa proposta da equipe de Franca, vemos isso acontecendo na prática, em conexão com o fazer científico e com os conteúdos trabalhados em sala de aula”.
Atualmente na etapa de mentoria, Henrique conta que o processo está sendo de grande valia por trazer um olhar de fora para o projeto. Agora, a expectativa da equipe é envolver ainda mais a comunidade escolar na iniciativa, principalmente os demais alunos do ensino médio, para que o dispositivo também seja aplicado em outras salas de aula. Para isso, o grupo planeja desenvolver um manual de instruções com as estratégias de conscientização e as informações necessárias para a programação do equipamento utilizando a plataforma Arduino, a fim de compartilhar o conhecimento e possibilitar que alunos de todo o colégio sejam capazes de desenvolver o equipamento do seu próprio jeito.
Com diversas participações no Solve For Tomorrow Brasil, Henrique acredita na importância do programa para reconhecer os esforços dos jovens estudantes ao adentrarem o campo da ciência e da pesquisa. “Com o desenvolvimento desses projetos, estimulamos o protagonismo dos alunos para que eles observem suas realidades e se sintam capazes de modificá-las na comunidade onde vivem. Além disso, há pouco interesse do jovem em fazer pesquisa e ciência, mas o Solve For Tomorrow nos ajuda a plantar essa semente neles. No futuro, essas alunas podem se tornar pesquisadoras que resolvem problemas ainda maiores na sociedade. As pessoas falam muito sobre o potencial de transformação da educação e esse é o meu melhor exemplo”, conclui.
Sobre o Solve For Tomorrow
O Solve For Tomorrow está no Brasil desde 2014 e, na edição atual, tem uma programação diversa composta por webinars, workshops e mentorias para ajudar os participantes a alcançarem seus objetivos aplicando possíveis melhorias a seus projetos. No total, a iniciativa já envolveu 173 mil estudantes, mais de 36 mil professores, e mais de 6.600 mil escolas públicas. E, em 2023, registrou um aumento de 50,92% no número de alunos inscritos, em comparação ao ano anterior. Clique aqui para conhecer os dez finalistas da edição.
A edição brasileira do Solve For Tomorrow conta com uma rede de parceiros, como a representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil), da Rede Latino-Americana pela Educação (Reduca) e da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), além do apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a coordenação geral do Cenpec.
Para saber mais sobre o programa, acesse https://solvefortomorrowbrasil.com.br/ ou acompanhe o Solve For Tomorrow nas redes sociais. A iniciativa está presente no Facebook, Instagram e YouTube.