Grão-de-bico produzido em GO conquista o mercado internacional.
Produtor começa a exportar a leguminosa para países como Dubai e Egito.
A Índia investirá US$ 100 milhões na produção dos grãos no país.
O grão-de-bico é uma leguminosa pouco conhecida em muitas regiões do Brasil.
O grão-de-bico, que é utilizado cozido, entra em muitos pratos ensopado, em saladas e em uma pasta da culinária árabe chamada homus.
O cultivo do grão ainda é muito pouco difundido no Brasil.
Mas um projeto, que começou a ser desenvolvido em Goiás, pretende mudar essa situação.
O Brasil consome hoje cerca de oito mil toneladas de grão-de-bico por ano.
Comparado a outras leguminosas, a demanda é muito baixa.
Por isso, até pouco tempo atrás, todo o produto comercializado no mercado interno era importado.
A primeira e, por enquanto, única fazenda do país a investir no plantio comercial do grão fica em Cristalina, no leste de Goiás.
O agricultor Osmar Artiaga deu o pontapé inicial do cultivo.
“Eu era produtor de feijão. Feijão tem um comércio muito instável.
Precisava de uma coisa que fosse mais definitivo, que não se consumisse somente no Brasil”, justifica Artiaga.
Desde 2013, quando começou a plantação, o agricultor teve o acompanhamento de agrônomos da Embrapa.
Eles trabalharam no desenvolvimento das sementes.
Desde o início, o produtor apostou no mercado externo.
No ano passado, fez o primeiro teste de exportação com o envio de 50 toneladas do grão para a Colômbia e os Emirados Árabes.
A aceitação foi além do esperado e outros países do Oriente Médio demonstraram interesse na leguminosa.
Toda a produção da fazenda já está em negociação.
São 800 hectares plantados, que devem render duas mil toneladas do produto.
O clima, especialmente do Centro Oeste, contribui pro cultivo da leguminosa, que se adapta bem aos períodos de chuva no início da plantação e à seca na hora da colheita.
O grão-de-bico exige menos água e não precisa de fungicida.
Com isso o custo do cultivo de um hectare do grão é cerca de 40% mais barato em relação a, por exemplo, o de um hectare de feijão.
Isso em grande escala para o produtor que começa na cultura faz muita diferença.
O valor comercial do grão-de-bico é o dobro do feijão.
O agricultor recebe R$ 240 pela saca com 60 quilos do grão.
No ano passado a Índia, país que mais consome o grão no mundo, mostrou interesse em importar o produto do Brasil e anunciou um investimento de US$ 100 milhões para o desenvolvimento e a produção dos grãos no país.
O trabalho é coordenado pela Embrapa.
“Foi assinado um convênio com a empresa indiana de sementes.
Nós da Embrapa com parceiros já estamos testando isso nas condições do Brasil para ver a viabilidade desses materiais indianos juntamente com nossos materiais.
A ideia é selecionar, indicar os melhores materiais para fomentar a produção aqui e assim enviar para esses países asiáticos”;
Explicou Warley Nascimento, agrônomo da Embrapa.
Além de Goiás, os testes de cultivo do grão-de-bico acontecem no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Fonte: Globo Rural