A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), responsável por autorizar estudos com seres humanos, divulgou que já foram aprovadas 97 pesquisas para investigar efeitos emocionais influenciados ou provocados pela pandemia. Entre esses efeitos, alguns resultados preliminares parecem apontar para aumento da ansiedade, segundo o médico psiquiatra Cyro Masci.
A ansiedade, segundo o médico, é o resultado da antecipação de perigos, reais ou imaginários. E, segundo o médico, era até mesmo previsível que os casos iriam aumentar, dada a insegurança que a pandemia provoca. “Além da incerteza, o isolamento, a falta de clareza quanto ao amanhã e a solidão provocam alterações emocionais tanto para sentimentos de tristeza quanto de ansiedade”, afirma Cyro Masci.
De acordo com o psiquiatra, mesmo diante dessa realidade, é possível adotar alguns comportamentos que, se não eliminam, ao menos reduzem a ansiedade.
1. Não confundir estimulante com energizante. “A cafeína é o principal estimulante químico utilizado pelas pessoas e, em excesso, agrava muito a ansiedade e outros quadros emocionais. O ideal é limitar o consumo a 400 mg da substância por dia, o equivalente a 4 xícaras de café fresco”, afirma o médico.
2. Estabelecer rotina diária com metas incrementais. “As áreas responsáveis pela rotina do dia a dia no cérebro podem ficar comprometidas com a ansiedade, e um modo de facilitar seu funcionamento é estabelecer as metas do dia em pequenos passos, de modo progressivo. Com a ansiedade, o que poderia ser um desafio facilmente se transforma em ameaça, sensação que pode ser reduzida com essas medidas”, orienta Cyro Masci.
3. Realizar ensaio mental. “Antes do início de cada dia, e antes de situações especialmente ameaçadoras, procure visualizar a rotina do dia ou a situação a ser enfrentada. Esse ensaio mental auxilia a esvaziar a reação de emergência do cérebro, já que ao menos os aspectos de algo ser inesperado foram reduzidos ou anulados”, explica Masci.
4. Ficar atento ao diálogo interno. “A tendência da mente é entrar em ciclo vicioso de antecipações de catástrofes. Pratique o hábito de conversar consigo mesmo sobre as reais possibilidades do pior cenário, e quais recursos você irá necessitar para enfrentamento”, explica o médico.
5. Não se acanhar em procurar ajuda. “Existem várias formas de tratamento médico que podem reduzir o excesso de reações automáticas de alarme do cérebro, a ansiedade excessiva, várias delas não utilizam, necessariamente, medicamentos alopáticos, valendo-se de fitoterápicos, nutracêuticos ou homeopáticos, muitas vezes administrados de modo conjunto, sinérgico, somando suas propriedades”, afirma o médico. “O importante é buscar ajuda quando necessário, não postergar indefinidamente, o pior inimigo da mente saudável é o preconceito, que só faz piorar o quadro e a expectativa de melhora”, finaliza Cyro Masci.
Fonte: Cyro Masci, médico psiquiatra em São Paulo, autor dos livros “Síndrome do Pânico: Psiquiatria com abordagem integrativa” e “Biostress: Novos caminhos para o Equilíbrio e a Saúde”.
Outras informações: https://bit.ly/34mE498
Website: https://www.masci.com.br