Durante a pandemia, diversas empresas têm se deparado com a necessidade de adaptações dos seus ambientes de trabalho, com o objetivo de proteger funcionários e os negócios. Para cumprir seu papel e buscar conhecimento e soluções técnicas, arquitetos especialistas buscam soluções para atender a essas novas demandas do mercado. Em Brasília, o arquiteto e urbanista Sérgio Borges, especialista no desenvolvimento de projetos corporativos, explica que é preciso que os profissionais que atuam nesta área observem o que está sendo feito não somente no Brasil, mas também no exterior. “Estamos participando de reuniões virtuais com pessoas de todo o mundo, visando encontrar formas de segurança para os usuários no dia a dia dos seus escritórios”.
Segundo o arquiteto, inicialmente é preciso garantir informações precisas de como as empresas devem proteger os seus funcionários e agir no caso de apresentarem sintomas. Para isso, a comunicação visual é imprescindível para alertar sobre os cuidados a serem tomados. “Recomendo também que existam estações com álcool em gel e lenços descartáveis para todos”, explica. Borges complementa que os colaboradores que estão no grupo de risco devem ser orientados a trabalhar de casa, sem exceções, pois a segurança deles deve ser prioridade para a empresa.
O prédio também deve sofrer modificações. O elevador, por exemplo, é um ambiente com alto índice de contágio. De acordo com o arquiteto é preciso manter álcool em gel e uma caixa de lenços descartáveis também no elevador, para que sejam usados para teclar o andar de destino. É preciso também estabelecer um limite de pessoas por vez, de no máximo a metade da capacidade do elevador. “O ideal é que as pessoas usem as escadas porque, além de mais seguras, ainda proporcionam um exercício extra”, comenta Borges.
“Em prédios que possuem mais de uma caixa de escada é preciso definir circulação única em caixas de escadas separadas. Por exemplo, em uma delas os usuários devem usar somente para subir e na outra escada somente para descer. Assim, evitamos o tráfego cruzado de usuários nas caixas de escada, que também são ambientes fechados”, diz o arquiteto.
Confira todas as recomendações feitas pelo arquiteto Sérgio Borges sobre a segurança no trabalho:
Na entrada da empresa
• Tenha um colaborador conferindo a temperatura de todas as pessoas que entram na empresa. Acima de 37.3 graus a pessoa deve ser orientada a procurar uma unidade de saúde e fazer o teste da Covid-19;
• A recepção pode ser transformada em uma área de higienização, antes da entrada para as demais dependências do escritório. Neste local devem ser disponibilizados álcool gel, lenços descartáveis e máscaras descartáveis, além de comunicação visual com cuidados a serem tomados;
• Desligue os sistemas de controle de acesso por biometria ou senha, para que as pessoas não tenham que ter contato com o equipamento, mantenha a porta principal e catracas abertas, vigiadas por um segurança no local;
• Se puder, considere sistemas de controle de acesso por reconhecimento facial, que dispensa o toque para a identificação do usuário;
Na limpeza
• Além dos procedimentos normais de limpeza e conservação do escritório, estabeleça um plano de limpeza especial, higienizando pelo menos duas vezes de manhã e duas à tarde as áreas coletivas mais usadas, recepção, banheiros, copas, refeitórios, ilhas de impressão, cabines acústicas;
• Providencie que as cadeiras, mesas, teclados, mouses, monitores, telefones, impressoras, copiadoras e scanners sejam higienizados antes do expediente;
Na alimentação
• Em empresas com refeitórios, tente dividir os colaboradores em equipes com horários específicos para a hora do almoço, de forma que as pessoas possam se sentar sempre com uma cadeira vazia dos dois lados, o ideal é que as pessoas também não se sentem uma de frente para a outra. Lembre-se que na hora das refeições não se pode usar a máscara, então, o cuidado é redobrado;
• Oriente o colaborador, que leva comida de casa, a evitar alimentos que não precisem ser aquecidos, dando preferência para comidas quentes, pois o calor mata o vírus;
No escritório
• A empresa deve oferecer máscaras aos seus colaboradores e estes devem ser informados que devem trocá-las a cada 4 horas. Se as máscaras forem de tecido, o ideal é ter duas, usar uma de manhã e outra à tarde. Leve uma sacola para guardar as máscaras usadas;
• Deixe as portas dos banheiros coletivos semi-abertas, para que ninguém tenha que tocar na maçaneta, coloque caixas de lenços descartáveis nas bancadas e dentro dos boxes dos banheiros, para os usuários não tocarem diretamente nas torneiras, assentos e acionadores de descarga;
• Se puder, troque as torneiras e acionadores de descargas para sistemas com sensor de movimento;
• Troque o acionamento das luminárias dos banheiros, copas, dml, para acionamento por sensor de presença;
• Oriente a equipe no sentido de evitar usar impressoras, copiadoras, scanners e outros equipamentos compartilhados e se não tiver como evitar o seu uso, oriente a higienização das mãos logo em seguida;
• Nas áreas de estações de trabalho, pode-se estudar o rodízio de 50% dos funcionários em regime de home office, em dias intercalados, de forma que sempre tenha uma cadeira vazia de cada lado do colaborador;
• Nas estações de trabalho contínuas, mesas plataformas, pode-se avaliar a possibilidade de instalar painéis de acrílico entre as posições de trabalho, dificultando a circulação do ar entre usuários;
• Priorizar reuniões, por sistema de vídeo conferências, com clientes, fornecedores e colaboradores em home office, todos já estão se acostumando com essa forma de se reunir;
O momento pede uma adaptação em nossa forma de viver, nos comunicarmos e produzirmos. Lições serão aprendidas e conseguiremos aplicá-las no aprimoramento de nossas vidas. Assim evoluímos sempre. Com o envolvimento de todos e com alguns sacrifícios em nossos hábitos, seguiremos em frente.
Serviço:
Sérgio Borges
Diretor Comercial SKBorges Arquitetura Corporativa
Arquiteto e Urbanista UnB, Especialista em Projetos para Ambientes de Trabalho, Gepr. ArbeitsplatzExp