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IoT chega para ficar à indústria brasileira

por Paulo Fernandes Maciel

IoT chega para ficar à indústria brasileira, Mesmo em meio à mais longa recessão da história, as empresas não podem deixar de investir em inovação.

 

Há movimentos em todo o mundo que, se não forem acompanhados pelas corporações do país hoje, significarão a perda de produtividade, competitividade, de mercado e inviabilidade econômica.
Uma tendência cada vez mais forte em todo o mundo é a IoT (Internet das Coisas em tradução literal). Conforme estimativas da International Data Corporation (IDC), US$ 737 bilhões foram investidos em IoT em todo o mundo no último ano. A maior parte desses aportes concentrou-se na indústria: US$ 178 bilhões.

O Brasil não acompanhou este movimento e ocupa a 70ª posição entre 141 países analisados pelo Índice Global de Inovação 2015, realizado pela Cornell University, INSEAD e WIPO.
Há grande expectativa quanto à mudança desse quadro, principalmente a partir do segundo semestre deste ano, quando será anunciado o Plano Nacional de IoT, que deverá trazer incentivos para investimentos na tecnologia. A partir daí, conforme estimativas da consultoria IDC, todo o ecossistema de IoT no Brasil deverá dobrar de tamanho, movimentando mais de US$ 13 bilhões até 2020.
Fica evidente que, se no passado, a falta de investimentos em inovação comprometeu a competitividade no exterior, as indústrias que não se modernizarem acabarão perdendo até mesmo o mercado interno. A tecnologia provê soluções que garantem significativos ganhos de produtividade e eficiência, desde a automação industrial e controle de consumo de insumos, de estoques à comunicação e segurança. Quem não a adotar, estará em desvantagem competitiva.
A expectativa quanto à aceleração dos investimentos em IoT no país faz com que os fabricantes disponibilizem no mercado interno seus últimos lançamentos. Há tanto soluções já prontas para aplicação quanto as customizáveis, que atendem às mais diversas necessidades de diferentes indústrias de quaisquer segmentos.
Há, por exemplo, equipamentos de realidade virtual voltados a controle de estoques e embarque. A partir de seu escritório, um gestor pode, com o uso de um óculos, conferir visualmente seus estoques, organizá-los e enviá-los para embarque por meio de empilhadeiras inteligentes. O ganho com controle e agilidade é imenso.
O monitoramento de frotas, segmento em que o IoT se faz mais presente no país, é outro que traz avanços significativos. Até pouco tempo atrás, as soluções, que se limitavam a informar, por meio de GPS, a localização de veículos, não solucionavam inúmeras necessidades resultantes dos riscos à que a logística está exposta. Hoje, gestores de frotas podem ter, em tempo real, imagens que mostram 360° ao redor do veículo, o que permite controle permanente sobre a forma como a mercadoria é conduzida e o conhecimento do ambiente onde ela se encontra, garantindo rapidez na comunicação com que a conduz e na tomada de decisões.

Há sistemas capazes de interpretar essas imagens, a partir daí, serem programados para alertar gestores ao identificarem veículos que se aproximam repentinamente ou que trafegam próximos à carga ao longo de muitos quilômetros ou até sobre a presença de pessoas armadas.
As instalações de produção também passam a contar com soluções que integram todos os sistemas de segurança, como detectores de presença, câmeras e alarmes, que podem acionar, por celulares ou tablets, gestores onde quer que estejam. Mais do que os ganhos com segurança, essas ferramentas proporcionam controle sobre entrada e saída de funcionários e colaboradores, controle da produção e eficiência no consumo de insumos. As luzes, por exemplo, podem ser desligadas remotamente pelo gestor, ao ser comunicado que não há pessoas na unidade.
Se é óbvia a perda de competitividade internacional das indústrias brasileiras por conta do atraso em investimentos em inovação, fica evidente também a oportunidade para diferenciação no mercado interno com a adoção da IoT. Sistemas de automação residencial serão comuns no país daqui a cinco anos. Esse movimento será muito mais rápido e intenso no setor industrial. Ainda que a crise iniba investimentos, eles terão de ser realizados de uma forma ou outra. O momento torna, mais do que nunca, imperativo que se eleve a eficiência, produtividade e competitividade.

(*) Ubiratan Resende é Diretor Geral da VIA Technologies no Brasil (http://www.viatech.com)

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