Especialistas comentam a fusão entre Embraer e Boeing.
A Embraer S.A é um conglomerado transnacional brasileiro fabricante de aviões comerciais, executivos, militares e agrícolas.
A empresa nasceu como uma iniciativa do governo brasileiro dentro de um projeto estratégico para implementar a indústria aeronáutica no país, em um contexto de políticas de substituição de importações.
A nova empresa será de capital fechado, com sede no Brasil e avaliada em US$ 4,75 bilhões.
E recentemente, a Empresa anunciou a assinatura do memorando de entendimentos com a empresa americana Boeing, uma corporação multinacional de desenvolvimento aeroespacial e de defesa.
O memorando estabelece as premissas para criação de uma joint venture, ou seja, a criação de uma nova empresa, que receberá a divisão de aviação comercial da Embraer.
Foi anunciada a assinatura de um memorando entre a empresa brasileira e americana, visando a criação de uma joint venture.
A Embraer terá 20% do capital e a Boeing terá 80%. A operação prevê que a empresa americana pagará US$ 3,8 bilhões à Embraer.
De acordo com o Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, a abertura de uma empresa de joint venture entre a as duas empresas pode fortalecer o poder das vendas da empresa brasileira, além de agregar novas tecnologias.
“A operação é positiva para a Embraer e estratégica para ambas as empresas.
A combinação de negócios deve aumentar o potencial de vendas e criar mais valor aos seus clientes, com um portfólio de produtos sinérgicos e uma rede de assistência mais eficiente.
A Boeing vê na nova família de jatos comerciais da Embraer, chamada de E2, a possibilidade de crescimento orgânico.
Do lado da Embraer, surge a possibilidade de ganhar um pedaço do mercado de jatos regionais de menos de 130 lugares, antes liderado pelo duopólio Boeing e Airbus”, explica Beatriz Martins, Analista de Investimentos da DMI Group.
Fusão coloca a Embraer no contexto atual do mercado
Porém, não é para todos que essa ação tem olhar positivo, existe um receio dos fornecedores ao ampliar o acesso ao mercado internacional, já que o acordo não preserva os fornecedores nacionais.
Ou seja, as empresas brasileiras poderiam perder espaço para a concorrência internacional, entretanto, muitas delas conseguem enxergar uma oportunidade de alcançar o mercado global.
Fortalecimento e posicionamento global
“A ABDI, que já trabalha em parceria com a Embraer, entende que o acordo é uma oportunidade para o fortalecimento da cadeia de fornecedores, posicionando as nossas empresas de forma mais competitiva no mercado global.”
Explica o Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira.