Uma exposição reuniu diferentes museus de ciência do Rio de Janeiro no encerramento do 2º Encontro Internacional de Divulgadores da Ciência, que comemorou os 30 anos da divulgação científica no Brasil. A mostra recebeu hoje (28) cerca de 400 visitantes no Museu Espaço Ciência Viva, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, para onde a Casa da Ciência, o Museu Nacional, o Museu da Vida, o Museu Itinerante de Neurociências e o Museu da Astronomia levaram atrações educativas.
O presidente e voluntário do museu anfitrião, Robson Coutinho, que também é professor do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou o objetivo da união das diferentes áreas da ciência: “A vida não é separada, segmentada, então a gente tenta construir um ambiente onde se discute o sistema nervoso, no contexto fisiológico, como a física está por trás da percepção da luz, o modo como o movimento circular tem a ver com o equilíbrio que você tem e aí vão se integrando as áreas do saber.”
A divulgação lúdica, para ele, é a melhor forma de inserir interesse científico no público, especialmente nas crianças.”Experimentos participativos e interativos permitem que o sujeito construa a sua pergunta e encontre sua resposta. Não só permite a interação, mas empodera esse indivíduo de interesse e segurança para descobertas. Os experimentos presentes têm esse gancho de desafiar o visitante a pensar sobre o assunto. O papel do mediador é instigar essa descoberta.”
A professora primária Vanessa Vieira levou a filha Iara, de 5 anos, para conhecer o museu e ficou impressionada com o interesse da menina, que corria de uma atração para a outra enquanto ela observava a curiosidade da pequena. “Ela está gostando muito. Na parte da astronomia, ela perguntou ao monitor por que plutão deixou de ser planeta e ele ficou bobo. Acho muito importante essa convivência para a formação dela. O pior é quando ela pergunta uma coisa que eu não sei responder”, brinca.
Bolsista do projeto, em que antes já havia trabalhado como voluntária, Lucymar Toninho, de 44 anos, era guia das crianças na simulação de uma artéria, em que era ensinada a função de cada uma das partículas do sangue. A estudante de biologia conta que é recompensador ver o interesse. “Eu adoro. É um sábado de diversão que tenho todo mês neste museu com os visitantes”.
Diretor da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência, Ribamar Ferreira explica que a função da divulgação científica é a de despertar interesse pela ciência, complementando o ensino formal nas escolas. “Esse projeto conjunto permite que novos projetos comuns surjam. Momentos como esse e como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia unem os cientistas e, a partir daí, criam-se ideias”.