Sofrer um acidente grave ou cair bruscamente pode provocar danos medulares irreversíveis.
Para superar essas limitações, pesquisadores de todo o mundo seguem em busca de tratamentos. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o engenheiro de computação Guilherme Nogueira apostou em impulsos elétricos para estimular as pernas de vítimas de lesões gravíssimas. Testada em humanos, a máquina apresentou resultados animadores.
O aparelho é um estimulador neuromuscular. Por meio de dois sensores, induz sinais para excitar neurônios motores, que são os responsáveis pela contração muscular. “A lesão medular parcial ou total compromete a passagem das informações de comando e controle voluntário do córtex motor para os músculos responsáveis pelos movimentos. Tudo isso acontece em decorrência da lesão. Portanto, com o emprego de um estimulador elétrico neuromuscular utilizado paralelamente, é possível obter uma via alternativa para a produção de movimentos em membros paralisados”, explica Nogueira.
Os sensores enviam informações sobre o estímulo e a movimentação das pernas a um computador. Assim, é possível antecipar o momento crítico da perda de desempenho, causado, por exemplo, pela fadiga muscular; e traçar objetivos mais claros para as sessões de treinamento. “O sistema se responsabiliza, automaticamente, a saber até que ponto a perna precisa se mover, ir até determinado grau e depois diminuir. Com ele, também é possível desenvolver um programa de biofeedback, que forneceria informações importantes para que os próprios pacientes desenvolvam melhorias na terapia”, afirma Nogueira.