Por Francisco Ferreira, Diretor de Varejo da DATEN
O segmento de computadores no Brasil vivia plena ascensão em 2010. A proliferação da Internet aliada ao bom desempenho da economia brasileira e à falta de concorrência com outros dispositivos que se popularizariam nos anos subsequentes – como tablets e smartphones – fizeram com que o País começasse a década com um pico histórico de vendas, com 13,7 milhões de aparelhos comercializados somente naquele ano, segundo informações da consultoria IDC Brasil. No entanto, o sucesso foi gradativamente se dissipando e o setor perdeu 27% de seu poder de mercado de 2011 para cá.
O que esse tempo áureo do mercado de PCs nos ensina é que, no segmento de Tecnologia, é preciso sempre evoluir e reinventar. O ano de 2017 dá indícios de que esta pode ser a fase de guinada do segmento. Há um novo horizonte para o setor, caracterizado pela retomada do crescimento econômico do País aliada à maior importância dada pelos próprios fabricantes ao mercado de computadores e à inovação em seus lançamentos.
A CES (Consumer Electronics Show), principal feira anual de tecnologia do mundo, trouxe diversas novidades que serão tendências nos próximos anos. PCs com sensores para escanear objetos em 3D, monitores com tecnologia 8K ou múltiplas telas acopladas, computadores com projetores embarcados, aparelhos com design mais refinado e materiais mais resistentes – como metal no lugar de plástico –, máquinas equipadas com sistema de resfriamento especial. São muitas as características que podem ainda ser implementadas e que transformarão os tradicionais PCs em dispositivos aspiracionais, inovadores e indispensáveis nos lares e escritórios brasileiros.
Os principais institutos de pesquisas também autenticam esse caminho: um estudo do Gartner, por exemplo, prevê que as vendas mundiais de PCs voltem a crescer a partir de 2017 e a IDC Brasil já divulgou que o mercado nacional vai encerrar o ano com aumento de 5%.
Com a retomada do foco da indústria nos computadores, a recuperação da economia e a queda do dólar, os segmentos corporativo e de varejo devem voltar a comprar em maior volume. O ciclo de compra dos PCs também está sendo reduzido, já que máquinas mais modernas e robustas estão sendo lançadas com rapidez – diminuindo o tempo médio de troca pelo consumidor. Isso tudo combinado com os investimentos em inovação certamente trarão bons frutos para o mercado como um todo.
Especificações técnicas já não são mais os principais fatores para um usuário trocar o seu equipamento. Proporcionar uma experiência nova e melhor para o consumidor: essa será a chave para ditar o ritmo do segmento neste ano.