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Mais do que um ranking

por Agência Canal Veiculação

No ranking da ONU que aponta o índice de desenvolvimento humano (IDH) referente a 2013, divulgado recentemente, o Brasil saiu da 80ª posição para a 79ª. Apesar de continuar em um processo de evolução ­– o IDH brasileiro aumentou 36,4% desde a década de 1980 –, o avanço de uma posição apenas indica que o ritmo está bem mais lento. Para se ter ideia, o País ficou atrás de nações como Ilhas Maurício, Cazaquistão, Irã e Cuba. Os campeões, a anos-luz de distância, foram Noruega, Austrália, Suíça, Holanda, Estados Unidos e Alemanha. Já os 18 últimos colocados do levantamento são países africanos.

Na comparação com nossos vizinhos, o IDH brasileiro é inferior à média da América Latina em educação e expectativa de vida. Os países com mais alto grau de desenvolvimento da região são Chile (41º), Cuba (44°) e Argentina (49.°). A posição do governo federal é que os números utilizados pela ONU não são atualizados, o que faria com que o Brasil não subisse tão pouco na tabela. No entanto, o grande vilão do índice brasileiro, segundo a ONU, é a alta taxa de desigualdade de renda, 64% maior do que a média mundial. No ranking que leva em conta só esse item, o país cai 16 posições.

Os dados do IDH refletem bem a situação em que o País se encontra. É evidente que houve melhoras na educação nas últimas três décadas. As matriculas no ensino fundamental estão praticamente universalizadas, mais adolescentes completam o ensino fundamental e médio, e mais jovens chegam à graduação. Porém, o índice do IDH revela também que essa evolução é lenta para os padrões de uma nação que se coloca entre os sete países com o PIB mais alto do mundo. Apesar dos avanços, existe um entrave pérfido na educação: a qualidade de ensino, que não acompanha padrões aceitáveis, basta ver os baixos índices que alcançamos em exames internacionais, como o Pisa.

Diminuindo as desigualdades sociais e investindo em educação, o país dará um grande salto em direção ao desenvolvimento. Não é apenas uma questão de ranking, mas de sobrevivência para uma população cansada dos descasos com educação, saúde e infraestrutura. O CIEE, com experiência de 50 anos, vem ajudando nesse processo, com a formação profissional e capacitação de jovens, e a inserção de milhões deles no mercado de trabalho, por meio do estágio e da aprendizagem.

 

 

 

* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

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