Econômicos e com zero emissão, eles são uma alternativa em expansão no mundo.
Dados do Denatran de outubro do ano passado apontam mais de 93 milhões de veículos circulando em todo país, entre automóveis, motocicletas, utilitários, ônibus e caminhões, com projeção para atingir, até 2050, a marca de 130 milhões apenas de veículos individuais e comerciais leves.
Tão alarmante quanto esse crescimento são os efeitos que a atual frota já causa, como congestionamentos gigantes, que ultrapassam 280 Km, e 39 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEEs) emitidas somente pela frota do Estado de São Paulo em 2014.
Não é à toa que a União Internacional dos Transportes Públicos (UITP) tenha declarado recentemente que uma das principais tendências mundiais para a mobilidade seja a tríade ‘elétricos, conectados e compartilhados’ aplicada aos veículos.
Para entender a participação dessas tecnologias no trânsito, a Perkons ouviu alguns especialistas.
Mesmo diante de um cenário no qual 95% do transporte mundial seja movido por combustíveis fósseis, relatório do projeto Zero Emission Urban Bus System (ZeEUS) estimou a frota de ônibus elétricos em cerca de 173 mil em 2015, sendo 98% deles em operação na China.
A pesquisa também revelou que, entre 2018 e 2020, as empresas de transporte público europeias alcançarão a consolidação no mercado de ônibus elétricos, e a Agência Internacional de Energia estima que, em 2030, eles representem 15% da frota mundial de veículos.
Porém, transportada ao Brasil, essa realidade é um pouco menos evidente.
Para o presidente executivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Guggisberg, mesmo incipiente, essa tecnologia vem, pouco a pouco, conquistando espaço.
De 2010 – quando chegaram ao país – a dezembro de 2016, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estimou a comercialização de mais de 3800 veículos de passeio elétricos em todo o país.
“A expectativa é que de 30 mil a 40 mil veículos verdes circulem no Brasil em 2020, o que continua a ser um número baixo, pois alguns especialistas projetam, para o mesmo ano, um total de 20 milhões de carros elétricos circulando no mundo.”, reflete.
Elétricos e autônomos: segurança e sustentabilidade agregadas ao trânsito
Conforme a CPFL Energia, os veículos elétricos permitem uma economia de até 84% nos gastos com combustível.
Porém, para o PhD em engenharia de transportes, Ronaldo Balassiano, a oferta limitada dos fabricantes é um dos principais entraves a esses veículos.
“Mesmo que critiquem a baixa autonomia dos elétricos, que precisam de postos para recarga de bateria, o que pesa na decisão final do consumidor continua a ser o preço, que, no Brasil, chega a ser de duas a três vezes maior em comparação a um modelo similar a combustão”, ressalta.
Em contrapartida, o benefício ambiental, a alta durabilidade;
Fruto da ausência de desgaste do motor;
E a tendência em se adotarem carros de emissão zero podem ser argumentos propulsores da tecnologia. “É um futuro que está mais presente do que nunca”, opina.
Outra tendência para o futuro, conforme o especialista, são os veículos autônomos, que se baseiam no conceito do car sharing (compartilhamento de carros).
Na medida em que dispensam a presença do condutor e são utilizados apenas por passageiros, reduzem o inchaço da frota veicular.
“Os elétricos podem não acabar com os engarrafamentos, mas os autônomos sim.
Além disso, eles garantem a segurança ao eliminar o risco de colisões por meio de dispositivos que controlam a velocidade nas vias”, completa.
Ao contrário dos veículos elétricos, porém, os autônomos são encarados como uma realidade um pouco mais distante.
“Os elétricos já estão sendo aperfeiçoados e hoje, em termos de tecnologia, qualquer montadora pode lançar seu modelo.
Já os autônomos estão em fase de testes”, compara