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As mídias sociais e o fim do e-mail

por Agência Canal Veiculação

Dois amigos, Eva Williams, responsável pela criação do Blogger, e Biz Stone, seu companheiro na Google, após uma rápida e infrutífera sociedade na Odeo, perceberam que era comum vários amigos trocarem e-mails cujo “assunto” levava toda a mensagem que queriam transmitir. Alguma coisa como “confirmado almoço hoje” e “pizza em casa no domingo”.

Foi assim que Evan Williams e Biz Stone, acompanhados por Jack Dorsey, decidiram criar um serviço de troca de status parecido com o SMS dos celulares, com mensagens curtas e diretas, só que pela internet. Após cinco meses testando o pré-Twitter, o aplicativo foi lançado oficialmente em agosto de 2006. Hoje, com quase 300 milhões de usuários espalhados pelo mundo, podemos dizer que a rede de microblog teve fundamental importância na mudança dos rumos da nova comunicação.

O impacto na agilidade da informação foi tamanho que em 2008 já se falava no fim do e-mail, e com data marcada. A Atos Origin, empresa de TI (Tecnologia da Informação), que emprega 50 mil funcionários, acredita e aposta no fim do e-mail interno até 2014. A pesquisa “Mundo Digital, Vida Digital”, realizada pela TNS Global em novembro de 2008 com 27 mil internautas de 16 países, concluiu que as pessoas gastavam, já na época, 30% do tempo livre na internet. Deste período, eram gastos de 5 a 20 horas por semana para a leitura e respostas de e-mails.
Com o surgimento de novas redes sociais, especialmente o Facebook, a troca de mensagens, felicitações e contatos comerciais passou a ser mais habitual do que com o e-mail. Quem nunca enviou um e-mail para um amigo e só obteve resposta quando postou no mural do Facebook? Com a facilidade de acesso por meio dos smartphones e com a informalidade típica das redes sociais, a comunicação ficou mais ágil e direta, aproximando pessoas de diferentes níveis sociais, econômicos e profissionais. A facilidade é tanta que o envio de currículos já é feito via LinkedIn e o empregador pode analisar o candidato por meio das redes, antes mesmo da entrevista.

Que futuro terá nossa comunicação, não sabemos. O que sabemos é que, de uma forma ou de outra, a comunicação humana continuará existindo e evoluindo.
Desde o hieróglifo, há 5 mil anos, tentamos registrar nossas ideias e sentimentos e seguiremos nessa caminhada. E não há uma maneira “mais nobre” do que outra: tudo é comunicação, uma tentativa de chegar ao outro. Se não é
possível por carta ou pessoalmente, que seja por uma tuitada.

Acácia Lima é jornalista e diretora da YellowA, agência especializada em
mídias sociais.

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