A OSX, braço de construção naval do grupo EBX, do empresário Eike Batista, formalizou ontem seu pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A decisão havia sido aprovada pelo conselho de administração da empresa na sexta-feira, 08.
A companhia repetiu os passos da petroleira OGX, que pediu proteção em 30 de outubro.
A recuperação da OSX abrangerá dívidas de R$ 4,2 bilhões. Isso inclui créditos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal e fornecedores como Acciona e Techint. O aval das dívidas emitidas no exterior para a construção das plataformas OSX-2 e OSX-3 foi dado pela OSX Brasil e também entra no valor, segundo uma fonte próxima ao processo de recuperação.
A equipe que trabalha na recuperação do estaleiro OSX já considera a possibilidade de o BNDES executar a fiança bancária do empréstimo-ponte de R$ 548 milhões contratado pela empresa em 2011, garantido pelo Votorantim. O banco privado passaria então a ser credor da empresa. O BNDES não comenta.
Estratégia
A estratégia do plano de reestruturação da OSX é vender suas três plataformas. Segundo uma fonte envolvida na reestruturação, as subsidiárias estrangeiras da empresa, sediadas na Holanda e na Áustria, ficaram de fora da recuperação porque há o entendimento de que os ativos valem mais do que as dívidas. “Nas empresas estrangeiras, o ativo é maior do que o passivo. Elas não precisam de recuperação judicial”, disse, sob condição de anonimato.
Com a venda das plataformas, seria possível pagar o total da dívida emitida no exterior e ainda sobraria um saldo, que poderia ser aplicado no plano de recuperação da OSX Brasil. O Credit Suisse negocia a venda das plataformas OSX-1, OSX-2 e OSX-3.
No caso do estaleiro, em construção no Superporto do Açu, litoral norte do Rio, a fonte ouvida pela reportagem informou que há negociações para a venda de uma parte do empreendimento para a espanhola Dragados Offshore. Além disso, o plano de reestruturação contaria com alguma geração de caixa a partir dos próximos meses, quando uma parte menor do estaleiro já estaria operando.
Na petição inicial – que inclui a OSX Brasil, a OSX Construção Naval e a OSX Serviços Operacionais – os advogados das companhias pedem que o processo seja encaminhado para a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que já cuida da recuperação judicial da OGX. A justificativa é as empresas sempre atuaram de forma integrada e o grupo OSX é um dos maiores credores da petroleira de Eike.