Certa vez, li um professor dizer que, do ponto de vista gramatical, ensinar é um verbo transitivo-relativo, pois pede um objeto direto – ensinar alguma coisa – e um objeto indireto – a alguém. Além disso, esse mesmo educador complementava que, do ponto de vista democrático e da radicalidade metafísica, ensinar é algo que vai bem além de um simples verbo transitivo-relativo. Esse mestre era Paulo Freire, considerado um dos pensadores mais notáveis na história da educação brasileira.
Mas por que ensinar não é um verbo de ação passível de uma compreensão restrita aos seus elementos gramaticais? E se pensarmos em um ensinar cujos objetos indiretos encontram-se em tempos e espaços distintos? Meus pensamentos ecoam constantemente as palavras lidas e as ideias que borbulham destas palavras.
A docência é uma relação de construir junto, mas que teve a sua origem numa estrutura em que o professor era visto como o único detentor de conhecimento.
Quando pensamos na docência corporativa à distância, consideramos a existência de milhares de maneiras de fazê-la, mas notamos uma forte tendência de crescimento dos cursos instrucionais. Mas por que as empresas têm investido tanto em ações de formação de seus colaboradores?
Em recente matéria divulgada no portal Administradores, vemos os resultados da pesquisa feita por Cyntia Montgomery, professora de Administração de Empresas da Harvard Business School. A pesquisadora observou que investir na
formação de pessoas é sempre um fator de destaque, pois as empresas que investem apenas em seus preços de produtos são superadas em até 60 dias por sua concorrência. Em contrapartida, superar empresas que incentivam a formação de seus colaboradores requer, pelo menos, sete anos de tentativas.
Na SOU, empresa de serviços na área de educação corporativa, este movimento fica evidente quando buscamos os resultados já conquistados com nossos clientes.
Em 4 anos, aumentamos em 12 vezes a produção de cursos online, seguindo a demanda solicitada pelo mercado. Além disso, recebemos feedbacks constantes dos nossos clientes, que relatam o quanto os investimentos na formação de seus colaboradores através destes cursos online têm feito que os resultados da empresa aumentem consideravelmente.
Nessa abordagem de formação através de cursos instrucionais, docente e discente são mediados por um arcabouço tecnológico muito grande e pelo ciberespaço, que multiplica as possibilidades de interação com a informação.
Para o desenvolvimento de um projeto como esse, é necessário um construir junto ainda maior, contando com o envolvimento de diversos profissionais que trazem todos os conhecimentos técnicos, comunicacionais e didáticos e,
assim, tornam possível organizar esse processo.
Entendemos então que a docência corporativa à distância, realizada por meio de cursos instrucionais, é compartilhada em uma equipe que possui pessoas com formações distintas, que têm a função de articular os múltiplos saberes
e são responsáveis pelo processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, são docentes.
Com os investimentos cada vez maiores em ações de formação corporativa, fica muito claro que a sustentação e o desenvolvimento de qualquer empresa estão ancorados no elemento humano que a compõe e, portanto, investir em sua formação, é investir no seu próprio desenvolvimento.
Com isso, a docência vai ganhando outras dimensões, deixando de lado a ideia de centralização de conhecimento em uma única pessoa – ainda que em modelos instrucionais – para uma estrutura de compartilhamento e construção coletiva
do conhecimento, sempre de acordo com seu público e o seu contexto. Eis a nova era da educação.
Veiculação colaborativa por Luciana Cunha é pedagoga, pós-graduanda em tecnologias interativas aplicadas
à educação e designer educacional na SOU Educação Corporativa.