Para muitos, a busca por uma oportunidade no mercado é, no mínimo, desafiadora. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o número de desempregados se manteve estável no início de 2022, em torno de 11,9 milhões, já que o percentual de desocupados era de 12 milhões no trimestre anterior. Apesar disso, determinados setores, como o mercado de dados, têm alta demanda por profissionais.
Indicativos de um levantamento da Intera, startup baiana de recursos humanos, divulgados pelo Canaltech, demonstram que a procura por profissionais de dados vai a quase 500%, com salários que podem chegar a R$ 22 mil. De acordo com a análise, a abertura de vagas voltadas aos dados no Brasil avançou 485% no primeiro semestre de 2021 em relação a 2020. O estudo coletou respostas de 4 mil profissionais, de 34 companhias, dos níveis pleno, sênior e especialista, que atuam como analistas, engenheiros e cientistas de dados.
De forma síncrona, uma projeção da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) indica que o mercado de dados deve demandar 420 mil novos talentos até 2024. Um número expressivo, considerando que apenas 42 mil pessoas se formam na área por ano no país.
Marcelo Menezes, cofundador da Lean Solutions, empresa que atua com treinamentos corporativos e transformação digital, afirma que o mercado de dados está em seu alvorecer, não só no Brasil, mas no mundo – o que amplia as oportunidades para os profissionais, que também podem trabalhar para empresas no exterior, mesmo morando no Brasil, por meio do teletrabalho.
Com efeito, a contratação de brasileiros por empresas estrangeiras avançou 20% nos últimos 12 meses, segundo informações da Page Group, negócio de recrutamento do Reino Unido. “Grande parte dos empreendimentos estão iniciando a estruturação de seus processos na aquisição, tratamento e apresentação dos dados. É um mercado em franca ascensão com um grande vácuo de profissionais”, diz o especialista.
Mercado de dados no Brasil deve continuar crescendo acima da média
“Se você observar no LinkedIn – rede social de negócios -, existem inúmeras oportunidades para áreas associadas à ciência de dados. Quase todas as vagas em aberto na função analista pedem domínio em ferramentas de aquisição, tratamento e visualização de dados”, observa Menezes. “Não estou falando só de profissionais na área de tecnologia, os setores de marketing, comercial, produção, logística e inovação também têm como diferencial possuir habilidade com dados”, ressalta.
O cofundador da Lean Solutions destaca que, hoje, já existe uma defasagem de profissionais para as vagas em aberto no mercado de dados. “O setor está muito aquecido e tende a continuar assim por muitos anos. Enquanto certos cargos possuem formações tradicionais, dentro do meio técnico e universitário, um cientista de dados não possui esse caminho bem definido”.
Ele prevê que, na melhor das hipóteses, os primeiros cursos formando profissionais para o mercado devem surgir apenas daqui a cinco ou sete anos – entre 2027 e 2029. “Enquanto isso, a demanda será cada vez maior, tanto nas grandes empresas quanto em pequenas e médias”, conclui o especialista.
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