Os incêndios nos canaviais geram preocupação ao setor sucroalcooleiro. Além dos prejuízos ambientais e financeiros causados pelo fogo, eles também podem afetar o resultado da produção, impactando na possível redução da safra brasileira de cana-de-açúcar.
Estimativa de um grande grupo do setor reportada pelo JornalCana mostrou que em 2020 as áreas atingidas por incêndios registraram perda de massa de cana de 15%. O prejuízo com incêndios gerou um custo de até R$ 2,30 por tonelada de cana para reposição da biomassa perdida. No total, apenas no último ano, o rombo em decorrência das queimadas nas áreas agrícolas superou os R$ 40 milhões.
De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), no ano passado, mais de 11 mil hectares de cana foram atingidos por incêndios apenas no Estado de São Paulo. O cenário deve se repetir, já que o tempo seco intenso, um dos responsáveis por desencadear incêndios em áreas plantadas, prevalece no cenário climático deste ano, com uma estiagem severa.
Tecnologia no combate ao fogo
Neste cenário, usinas estão recorrendo a tecnologias que combinam o monitoramento por satélite dos incêndios e indicadores meteorológicos para auxiliar na prevenção, combate às queimadas e redução de danos nos canaviais.
Uma das tecnologias adotadas é a plataforma GMG Ambiental, que além de fazer o monitoramento por satélite, permite às usinas uma gestão de informações das queimadas a partir de uma análise automatizada por algoritmos precisos na sua plataforma.
Tudo isso permite que as usinas monitorem as áreas plantadas, diminuindo o tempo de resposta em caso de identificação de algum foco de incêndio em até 50%. O resultado é alta taxa de assertividade na prevenção e combate aos focos de incêndio, contribuindo com a produtividade na safra.
“É uma solução que possibilita tomar decisões que vão desde a previsão de risco de incêndio e posicionamento estratégico de brigadistas, até a geração de análises aprofundadas de causas e impactos dos incêndios nas áreas plantadas”, destaca Flávia Bressanin, diretora da GMG Ambiental.
Hoje, grandes empresas do setor sucroalcooleiro, como a BP Bunge Bioenergia, Tereos, NovAmérica e até os plantadores de cana associados à Canaoeste, já utilizam a plataforma em busca de reduzir os impactos das queimadas na produtividade de sua safra.
Rapidez no combate ao fogo
A BP Bunge Bioenergia – uma das gigantes do setor sucroenergético – aposta no monitoramento de incêndios via satélite em todas as suas 11 unidades agroindustriais para identificar o mais rápido possível os focos de incêndios.
“Com este dado nossas equipes de brigadistas, apoiadas por caminhões pipa, se deslocam com a maior urgência aos locais das ocorrências. Contar com uma ferramenta que utiliza imagens captadas por satélites e que dispõe de sistemas de alerta ágil é um diferencial que tem contribuído significativamente para o sucesso das ações de combate a incêndios em canaviais de nossa companhia”, afirma Nádia Gama, diretora de HSSE (Saúde, Segurança e Meio Ambiente) da BP Bunge Bioenergia.
A BP Bunge Bionergia tem capacidade de moagem de cerca de 32 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. A empresa ainda é responsável pela gestão de 450 mil hectares de terras dedicadas à produção de cana-de-açúcar.
Como funciona a plataforma GMG Ambiental
Com base no georreferenciamento orbital, os satélites conseguem detectar o foco de incêndio. Em seguida, a plataforma informa às brigadas de incêndio das usinas, com tempo médio a partir de 5 minutos. O aviso de incêndio traz informações da latitude e longitude, o que permite a brigada chegar mais rápido ao ponto.
A plataforma utiliza 13 satélites que monitoram áreas plantadas e suas proximidades e disponibiliza funcionalidades que agilizam o atendimento das ocorrências de focos de incêndio, além de gerar relatórios completos.
Além disso, ela gera dados que colaboram para elaboração de estratégias e na geração de melhores resultados, tanto ambientais, quanto financeiros.
Entre as funcionalidades está o relatório de identificação da cicatriz deixada pelo incêndio, útil nas atividades de recuperação ou correção da agricultura praticada na área e no suporte em defesa dos autos de infração do nexo causal.
Triplo 30: análise meteorológica e prevenção ao risco de fogo
Conhecer os dados meteorológicos e a previsão de risco de fogo são fundamentais no combate ao fogo. “Os indicadores meteorológicos auxiliam na tomada de decisões, como posicionamento dos brigadistas nas regiões em que há maior possibilidade de incêndio”, afirma Marcelo Romão, meteorologista da GMG Ambiental.
Romão conta que a plataforma GMG Ambiental traz indicadores como temperatura, velocidade e direção do vento, precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar, fatores que interferem diretamente na ocorrência de queimadas.
Recentemente a GMG Ambiental lançou o indicador meteorológico Triplo 30, que permite trabalhar com a antecipação de até 10 dias na previsão do risco de fogo.
“Ele é uma somatória de três fatores: umidade abaixo dos 30%, velocidade do vento acima de 30 km/h e temperatura acima de 30 graus. Quando essa situação é identificada, a área é colocada em risco máximo, já que essas condições juntas dificultam o combate ao incêndio caso ele aconteça e coloca em risco a vida dos brigadistas”, aponta Romão.
Website: http://www.gmgambiental.com.br