Em meio à pandemia, a economia mundial se vê em um cenário pautado pelo aumento da busca por recursos, temor crescente de inadimplência e queda da confiança, fator fundamental para um processo de crédito sustentável e equilibrado.
Nesse contexto, o detalhamento do histórico e do comportamento de crédito de pessoas físicas e jurídicas, uma das bases do Cadastro Positivo, torna-se ainda mais relevante. Isso porque estas informações sobre o tomador de crédito podem facilitar o acesso a recursos capazes de garantir a famílias e empreendedores uma travessia mais tranquila desse momento desafiador.
Análises com base em dados mais robustos e precisos resultam em mais segurança, justamente no momento em que as incertezas se multiplicam. Essa segurança é proporcionada pela nota de crédito, uma espécie de currículo financeiro que sintetiza os hábitos de pagamento. Já entram nessa conta o histórico relativo a financiamentos, cartões de crédito, empréstimos junto a instituições financeiras, e em breve começam a entrar as contas de serviços continuados, como água, luz, telefone e gás. De posse dos dados, empresas que concedem crédito podem fazer uma avaliação individual mais precisa, levando em conta o momento atual e suas particularidades, oferecendo juros menores nos empréstimos e melhores prazos de financiamentos para quem oferece menor risco de inadimplência. Com o Cadastro Positivo, uma inadimplência momentânea é relativizada pelo histórico de pagamentos, amenizando o impacto na nota de crédito.
“A confiança só é alimentada por meio de informações, por isso, avaliamos que o Cadastro Positivo será uma ferramenta ainda mais importante no cenário de pós-pandemia, permitindo que consumidores e empresas consigam, por meio de avaliações mais justas, ter acesso ao crédito e se recuperar de forma mais tranquila”, afirma Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC). Assim como no Brasil, Sfeir observa que as entidades de todo mundo apontam que o crédito será o principal instrumento para a retomada da economia e do bem-estar social pós-pandemia.
Segundo o executivo, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 pelo Governo Federal, que já atingiu mais de 50 milhões de pessoas, tende a acelerar o Cadastro Positivo, uma vez que promoveu a inclusão de brasileiros que até então estavam fora do sistema bancário e que agora podem criar seu histórico de pagamento, se beneficiando de uma avaliação de crédito mais justa. De acordo com estimativa da ANBC, que leva em conta dados pré-pandemia, ao longo deste ano, com a entrada dos demais setores da economia como fontes de informação para o sistema, até 150 milhões de brasileiros poderão ser incluídos no banco de dados. A próxima onda de informações prevista para entrar no banco de dados é a do setor de telecomunicações, seguido por empresas de serviços continuados como água, luz e gás, e pelo varejo.