O Brasil é o único país entre os grandes produtores e exportadores de aves que nunca registrou foco da Influenza Aviária (IA). Apesar disso, a detecção de focos da doença em 33 países nos últimos três meses ligou o alerta das autoridades sanitárias brasileiras. Este aumento de casos, em nível mundial, demonstra a necessidade de intensificar a vigilância, a prevenção e o controle da doença e a importância de estarmos preparados para a detecção precoce e para resposta rápida em caso de surto. Preocupada com a segurança do setor, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) orienta os produtores sobre as medidas que devem ser adotadas durante este período crítico e reforça as consequências socioeconômicas e prejuízos que a detecção do vírus pode causar.
A confirmação da chegada do vírus ao Chile, na primeira semana de janeiro, fez com que as agroindústrias brasileiras produtoras e exportadoras de carne de frango e produtores de ovos suspendessem as visitas de clientes e fornecedores às áreas de produção para evitar o contato com aves vivas.
“O vírus H5N8, o causador da Influenza Aviária, pode ser transmitido de uma granja para a outra pela movimentação de pessoas, especialmente quando sapatos e roupas forem contaminados, veículos, equipamentos, ração, gaiolas também podem carregar o vírus”, explica o analista de Pecuária da Famato, Marcos de Carvalho.
Entretanto, a principal forma de transmissão é por meio do contato direto com fezes, saliva e outras secreções das aves infectadas, estejam elas vivas ou mortas. O vírus da influenza aviária é capaz de sobreviver no meio ambiente, na água e matéria orgânica, dependendo das condições de temperatura e umidade, por um longo período de tempo e quase que indefinidamente em materiais congelados.
Por isso, de acordo com a Instrução Normativa nº 17 de 2006 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a adequação da estrutura de produção é outra importante medida de prevenção à doença. “Ainda existem avicultores que não estão em conformidade, especialmente as instalações menores e mais antigas que não possuem estruturas adequadas com telas de proteção, facilitando assim o acesso de aves silvestres”, diz o analista.
O contato entre aves domésticas e migratórias tem sido a origem de muitos surtos epidêmicos. “Para prevenir tais surtos, o Indea-MT está coletando material de aves domésticas que ficam em um raio de 10 km de um sítio de aves migratórias na região de Cáceres,” conta Carvalho.
O analista reforça que outras medidas simples podem impedir a chegada do vírus à granja. “O produtor deve evitar o contato da sua criação com patos, marrecos, gansos, perus e pássaros silvestres. Lavar as mãos cuidadosamente antes e depois de entrar em contato com as aves. É importante limpar e desinfetar sapatos, roupas, mãos, gaiolas e bandeja de ovos com frequência. Não compartilhar ferramentas, equipamentos e implementos com outros proprietários de aves. Ao visitar outros criadouros de aves, lembrar sempre de limpar e desinfetar os pneus do veículo antes de regressar à propriedade. Manter as aves recém chegadas ou de situação sanitária desconhecida separadas das demais”.
A influenza aviária causa grandes perdas para o setor avícola, pois todo rebanho infectado deve ser sacrificado, podendo causar a morte de milhões de aves. Além disso, em consequência a um foco o comércio internacional de aves e seus produtos sofrem. “Dentre os impactos econômicos causados pela doença estão o fechamento de mercados externos, a redução da produção, os transtornos logísticos para armazenar a produção, a falta de capacidade de estocagem, a quebra das indústrias e a perda de parceiros comerciais. Ou seja, um foco de influenza aviária no plantel avícola brasileiro causaria um enorme prejuízo ao país”, pontua Carvalho.
Além do sacrifício de todas a aves da granja, em caso de confirmação da IA, os ovos e produtos avícolas do estabelecimento, incluindo a ração e a cama, deverão ser destruídos imediatamente. A carne das aves originadas dos estabelecimentos afetados e que foram abatidas dentro do período de incubação da doença deverá ser localizada e destruída, ou termicamente tratada em abatedouros com Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou com Serviço de Inspeção Sanitária Estadual (SISE), assim como os ovos incubáveis e de consumo.
Sinais clínicos – No caso de IA de alta patogenicidade comumente se observa: depressão severa; edema facial, com crista e barbela inchada e com coloração arroxeada; dificuldade respiratória com descarga nasal; queda severa na postura; diminuição do consumo de água e ração, igual ou superior a 20%; morte súbita, que pode chegar até 100% do plantel, num período de 48 horas.
“Quando o produtor observar esses sintomas nas aves domésticas, ou constatar elevada mortalidade em curto espaço de tempo, é obrigatória a comunicação ao escritório local do serviço de defesa sanitária animal da Secretaria de Agricultura, ou à Superintendência Federal de Agricultura no Estado”, afirma o analista da Famato.
Fesavi-MT – No dia 27 de janeiro a Famato, a agroindústria de corte e os produtores de ovos de Mato Grosso vão se reunir para discutir o início da arrecadação do Fundo de Emergência Sanitária Avícola (Fesavi-MT). O fundo foi reestruturado no ano passado e o setor já estuda a contratação de um seguro para proteger a atividade em Mato Grosso em caso de aparecimento da IA na avicultura comercial do estado.
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Fonte: Ascom Famato
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