Estudos desenvolvidos pelo Gartner Group, organização internacional de pesquisas relacionadas a tecnologias, apontam que o digital é uma prioridade fundamental para a maioria dos líderes das Cadeias de Suprimentos, mas ainda assim, uma grande parte luta para desenvolver recursos de planejamento digital.
O termo Supply Chain (cadeia de suprimentos) é usado no meio logístico e consiste em definir as etapas para organização dos processos de comercialização de produtos. Todas as atividades, desde a compra de insumos e matéria-prima até a entrega ao cliente final, fazem parte dessa cadeia.
Neste processo, é possível que estratégias inteligentes de atendimento e marketing também estejam envolvidas, devido ao processo de criação de novos produtos e à venda dos mesmos. Por isso, a atualização dos processos aliado ao uso de tecnologia pode ser um fator importante no funcionamento do Supply Chain.
Para explicar sobre esse método e como a tecnologia pode ser uma aliada durante a aplicação, Eduardo Banzato, Diretor da IMAM Consultoria, responde os seguintes questionamentos:
Como você enxerga a evolução da Supply Chain nas empresas?
Eduardo Banzato: Apesar da grande relevância conquistada atualmente, o tema surgiu e segue em processo de evolução há anos. A evolução da tecnologia aplicada à Supply Chain iniciou-se de forma mais contundente nos anos 50, após a 2ª Guerra Mundial. Foi quando as empresas que já atuavam nas cadeias de suprimentos, a partir da evolução da logística, partiram para o desenvolvimento de sistemas mais automáticos, por exemplo, sistemas AS/RS (transelevadores), entre outros que viriam na sequência.
Por que a tecnologia aplicada à cadeia de suprimentos é importante?
Eduardo Banzato: Em um ambiente cada vez mais conectado, a tecnologia aplicada à Supply Chain exige das empresas uma atenção especial nesse processo de transformação digital. Nos últimos anos, uma grande variedade de soluções surgiu no mercado prometendo realizar e facilitar tarefas diversas em toda a cadeia logística. Tanto pela quantidade quanto pela velocidade das inovações, o perfil do setor mudou, exigindo cada vez mais a interligação de equipes com conhecimentos distintos. Na medida que avançava e se tornava mais acessível, a tecnologia foi conquistando mais espaço em um número maior de organizações. E, com a democratização do conhecimento, o tema se popularizou nas empresas, conquistando a relevância que possui atualmente.
Quais os pontos de atenção durante a aplicação desse processo?
Eduardo Banzato: Entre os pontos primordiais está a tão comentada ciência de dados (“Data Science”). O termo pode não ser novo, mas ganhou ainda mais status nesse processo de evolução da tecnologia aplicada à Supply Chain. Isso porque a correta coleta e avaliação das diversas informações com qualidade disponíveis aumenta a visibilidade na tomada de decisões. Além disso, outros pontos são relevantes para a correta aplicação da tecnologia à Supply Chain, como a conectividade, por exemplo. Para compreender melhor esse assunto tão dinâmico e em constante evolução, torna-se necessário aprofundar o conhecimento.
Qual a relevância da ciência de dados quando aplicada corretamente?
Eduardo Banzato: Assim como nos anos 1980 a embalagem era considerada como a base de toda a cadeia de suprimentos do ponto de vista de fluxo de materiais, os dados são hoje a base da Supply Chain no que diz respeito ao fluxo de informações. É possível afirmar atualmente que a qualidade e a velocidade dos dados que circulam ao longo de toda a cadeia de suprimentos determinam o nível de maturidade que cada integrante da Supply Chain possui. Além disso, demonstram com eficiência quais são as oportunidades que podem ser exploradas no curto, médio e longo prazo para que a empresa se torne mais competitiva.
Para finalizar, quais os desafios e tendências que você enxerga para esse setor?
Eduardo Banzato: O desafio é criar um sistema seguro e automatizado para se ter facilidade no acesso das informações, preferencialmente em tempo real. Um exemplo é o “data lakes” (lago de dados, em tradução literal). É importante também que esse conjunto seja alimentado por diferentes fontes, como Internet das Coisas (IoT), e apoiado pela Inteligência Artificial. Quanto mais investimentos para a obtenção do domínio dos dados, mais próximas as empresas estarão da automação dos processos na Supply Chain. Seja por meio de robôs colaborativos, sistemas automáticos de movimentação, veículos autônomos, RPAs – Robotic Process Automation, entre outras tecnologias, as oportunidades de melhoria ou de inovação nos diferentes processos na cadeia de suprimentos surgem.
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