A automação da produção é, cada vez mais, um caminho escolhido pelas empresas em busca de crescimento dos negócios. Para isso, processos tradicionais dão lugar a automatizados, com o emprego de tecnologias capazes de otimizar procedimentos, rastrear possíveis falhas e aumentar a produtividade das equipes.
No Brasil, a implantação da tecnologia 5G é a aposta para ajudar a avançar o processo nas indústrias. A rede é fundamental para a automação da produção industrial e pode permitir a operação remota de equipamentos complexos ou perigosos e em tempo real. Uma operação de guindastes, por exemplo, poderá ser feita remotamente, sem riscos para o operador.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que o investimento em novas tecnologias é revertido em lucratividade, melhores perspectivas e maior capacidade de adaptação do negócio em um cenário adverso.
O 5G vem para auxiliar a investirem nessa etapa. Diferente das gerações anteriores utilizadas nos celulares para comunicação entre pessoas, o foco da nova rede é a comunicação entre objetos, conhecida como a Internet das Coisas (IoT), uma das principais características da Indústria 4.0 .
Além de ser muito mais rápida, a capacidade e confiabilidade na transmissão dos dados é um fator determinante nesse processo, assegurando atrasos mínimos na comunicação. Segundo Paulo Roberto dos Santos, sócio-diretor da empresa Zorfatec, milhares de equipamentos podem estar interconectados numa mesma rede e operados remotamente, de forma completamente segura.
“Uma rede wifi não teria capacidade para suportar tudo isso. É o que faz com que o 5G seja muito atraente para uso industrial”, explica Santos.
O 5G possibilita encurtar cadeias logísticas. Uma peça de reposição poderá ser impressa por meio de impressora 3D comandada remotamente, em tempo real, pela empresa fornecedora situada fora do país, sem que esta precise enviar seu segredo industrial. Diversos setores da indústria vão demandar o 5G e serão beneficiados, como educação, serviços, saúde e agricultura.
5G: conectando o Brasil com o mundo
Em 71º no último ranking global de competitividade, com 141 países, e na 62ª posição entre 131 nações analisadas no Índice Global de Inovação, o Brasil precisa, urgentemente, dar um salto no ranking.
O investimento na nova tecnologia 5G vai permitir à indústria brasileira ficar mais competitiva também para enfrentar os mercados internacionais.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) destaca que o 5G pode alterar a produtividade das empresas, pois traz maior eficiência, condições de competir e participar da cadeia mundial de valor de negócios.
Porém, para cumprir sua vocação, o 5G ainda precisa de uma regulação adequada no Brasil, diferente daquele existente hoje para as demais redes de internet móvel. O leilão do 5G que, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), será o maior certame de direito de uso de radiofrequência realizado no país, deve ocorrer ainda em 2021.
Cada um na sua rede
Especialistas apontam, ainda, a necessidade de regulamentar ao menos uma faixa de frequência para o uso privado do 5G. Com a rede privativa, a própria empresa determinará a qualidade da cobertura, o tipo de operação e será responsável pela segurança, velocidade e quantidade de equipamentos conectados.
Para o gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, é importante deixar clara uma característica da rede privativa. “Ela não vai concorrer com as operadoras, pois são serviços complementares. É algo muito inovador. É a agenda de fronteira tecnológica que outros países já estão fazendo”, destaca.
O presidente da ABDI, Igor Calvet, aponta os principais benefícios: “Segurança da informação, sem uma intermediação das operadoras de telefonia; otimização do processo produtivo; e responsabilização primária da empresa por sua própria rede. Países como Reino Unido e Alemanha já regulamentaram o uso privativo em faixas de frequência para o 5G”, explica.
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