Embora em outro continente e a milhares de quilômetros do Brasil, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia já trouxe impactos sociais e econômicos para o país e pode, inclusive, agravar a crise financeira por aqui. É o que afirmam analistas que preveem que a Selic – taxa básica de juros da economia, principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação – pode chegar a 14% em 2022.
Como em um efeito dominó, o conflito militar no leste europeu provocou o choque nos preços das commodities em função das pressões inflacionárias constantes, sobretudo para o petróleo e grãos. Diante disso, os analistas preveem um ciclo de aperto monetário prolongado e confirmam que a Selic pode chegar a 14% até o final do ano, conforme publicado pelo Correio Braziliense.
De acordo com os dados apurados pela publicação do Distrito Federal, o BC continuará elevando os juros, de forma progressiva, a fim de não desacelerar a atividade anual, que está quase paralisada.
Guilherme Mello, CEO da Loopa, empresa de tecnologia financeira, lembra que a meta de inflação de 2022 é de 3,5%, com teto de 5%, o que deve ser defendido pelo BC. “O conflito na Ucrânia traz uma série de efeitos para o Brasil, como aumento no preço do petróleo, trigo, entre outros insumos. Assim, o BC pode se ver forçado a continuar a subir os juros mais do que o estimado no começo do ciclo de alta da Selic. Mais do que nunca, é importante controlar gastos e custos”.
Entre os impactos do combate europeu que devem ser sentidos no país, Mello destaca que a dificuldade de crédito deve dificultar a vida dos brasileiros em 2022, já que o conflito também afeta a antecipação de recebíveis e os pedidos de empréstimo.
“Como a Selic é a taxa base da economia, produtos financeiros são muito afetados por suas mudanças, sobretudo empréstimos e antecipações de recebíveis. O cenário de alta de juros torna a concessão de crédito mais difícil, visto que reduz a capacidade de pagamento de quem pede o empréstimo”, explica.
Crédito fumaça é opção para empreendedores
A abertura de pequenos negócios no Brasil bateu recorde em 2021. De acordo com um balanço divulgado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), mais de 3,9 milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como MEIs (microempreendedores individuais) no último ano.
A soma representa uma alta de 19,8% em relação a 2020, quando foram abertos 3,3 milhões de CNPJs (Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas).
“Os números demonstram que o empreendedorismo brasileiro é resiliente e avança em uma crescente recuperação frente aos desafios da crise econômica consequente da crise sanitária. As perspectivas para 2022 são animadoras, mas o conflito no leste europeu configura um entrave para os novos negócios no país, que são carentes de crédito”, analisa.
Neste período, para o CEO da Loopa, é fundamental que as empresas controlem os gastos e custos, sobretudo com ferramentas de fluxo de caixa e gestão de vendas.
”Para quem precisa de empréstimo, a melhor opção é buscar o crédito fumaça – uma modalidade que usa os recebíveis do cartão de crédito como garantia de pagamento, reduzindo consideravelmente as taxas das parcelas”, afirma. “Uma alternativa para que os empreendedores possam perseverar lutando por seus negócios em um momento em que a guerra europeia ainda lança uma sombra de incertezas sobre o mundo”, conclui.
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